Cidades
Pai de policial assassinado revela crimes do filho

BLEINE OLIVEIRA O juiz Daniel Acioly, da 1ª Vara Especial Criminal - Crimes Dolosos, ouviu ontem testemunhas do processo sobre a morte do policial civil Walter Dias Santana, crime ocorrido em junho do ano passado, na Via Expressa. A principal delas foi o comerciante Sinval Feitosa, pai do policial civil Sinvaldo José de Souza, assassinado meses depois da morte de Walter Santana. Os fatos revelados por Sinval foram considerados decisivos pelo Ministério Público Estadual. Segundo o promotor Márcio Roberto Tenório Albuquerque, ficou demonstrado que as mortes de Santana e Sinvaldo tiveram a mesma motivação. O comerciante Sinval Feitosa disse ao juiz Daniel Acioly que seu filho e o policial Robson Rui Gomes de Araújo planejaram juntos o assassinato de Walter Santana. Admitindo que soube na noite anterior que Santana seria morto, Sinval revelou que, logo após o assassinato, Sinvaldo e Robson Rui foram ao bar de propriedade de Sinval, localizado na Avenida Rui Palmeira, no Vergel, e lhe confirmaram que ?o serviço estava feito?. ?Na qualidade de pai, sinto ter que dizer isso, mas é verdade que meu filho e Robson Rui mataram o Walter Dias?, afirmou Sinval. Acusados do crime A declaração foi feita diante dos cinco acusados no crime, levados dos presídios Baldomero Cavalcanti e Cirydião Durval, onde estão presos, para acompanhar os depoimentos. Além de Robson Rui, são acusados Josué Teixeira da Silva, José Alfredo de Souza Pontes (o Alfredinho), Vanilo Lima da Silva (o Bitelo), Ivanildo Pereira da Silva e Wolkmar dos Santos. No relato que fez à Justiça, Sinval Feitosa disse que pediu ao filho para não se envolver no crime, mas a resposta que ouviu chegou a assustá-lo. ?Pai, fique longe disso. Agora é tarde. Para não morrer, a gente vai ter que agir antes?, foi o que Sinvaldo lhe disse, segundo o pai. O comerciante não soube dizer o motivo pelo qual Sinvaldo e Robson Rui decidiram eliminar Walter Santana. Ao responder à indagação do juiz Daniel Acioly, Sinval negou ter ouvido dos dois que a morte de Walter teria relação com o assassinato da deputada Ceci Cunha. ?Quando aconselhei meu filho a não se envolver no assassinato, pedi que tentasse resolver o problema numa conversa. Ele me disse que não dava. Perguntei por quê, mas ele não me respondeu?, afirmou Sinval Feitosa, um ex-militar que pediu baixa da corporação em 1971.