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Nº 5588
Cidades A advogada Maria Aparecida da Silva Bezerra, de 54 anos, foi assassinada pelo marido

ALAGOAS REGISTRA O TERCEIRO CASO DE FEMINICÍDIO EM UMA SEMANA

Nesta quinta-feira, a advogada Maria Aparecida da Silva Bezerra foi assassinada a facadas pelo marido

Por HEBERT BORGES, REGINA CARVALHO e MARIANE RODRIGUES | Edição do dia 22/07/2022 - Matéria atualizada em 22/07/2022 às 04h00

A advogada Maria Aparecida da Silva Bezerra, de 54 anos, foi assassinada pelo marido, Alisson Bezerra da Silva, nesta quinta-feira (21), a golpes de faca, no bairro do Antares, em Maceió. É o terceiro crime de feminicídio registrado em Alagoas em uma semana. Segundo informações da polícia, o corpo de Maria Aparecida foi encontrado após o homem informar a um familiar que teria matado a esposa. A vítima deixa dois filhos menores de idade. O marido foi encontrado no local do crime com ferimento no pescoço, após ter tentado cometer suicídio. Alisson Bezerra foi socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e levado ao Hospital Geral do Estado (HGE). Por meio de nota, o HGE informou que Alisson Bezerra foi submetido a um procedimento cirúrgico devido a um golpe de arma branca na região do pescoço. “Quanto ao ferimento no tórax, após a realização de tomografia computadorizada, a equipe médica não observou gravidade. Ele foi admitido nesta quinta-feira (21), às 13h45, e seu estado de saúde é considerado estável”, diz trecho da nota.

CASOS

Na quinta-feira (14), Cláudio Jackson Barbosa dos Santos, de 36 anos, matou a companheira Maria Elenilda Vieira da Silva, de 28 anos, a tiros, e tirou a própria vida da mesma forma. Eles foram encontrados despidos dentro do quarto de casa no Pontal da Barra, em Maceió. O crime ocorreu no bairro do Pontal da Barra, na capital alagoana. Maria Elenilda chegou a registrar um boletim de ocorrência na Polícia Civil de Alagoas no dia três deste mês, por ameaças sofrida pel então companheiro dela. A informação sobre o registro do boletim foi passada pela delegada do caso, Tacyane Ribeiro. Segundo a autoridade policial, a denúncia de Maria Elenilda dizia respeito à possessividade do homem, que a havia ameaçado, e era voltada às agressões psicológicas. De acordo com a delegada, o dois se relacionavam há quase dez anos. “Ela só veio notar que a relação não era normal a partir de agosto do ano passado”. A delegada Tacyane Ribeiro citou como exemplo de violência psicológica praticada pelo autor a atitude dele de ir ao trabalho da mulher quando ela demorava a responder as mensagens ou mesmo pedir para que ela deixasse o emprego. “[No B.O.] Ela falava de um modo geral, pelo jeito possessivo dele. Ela se sentia ameaçada com medo de morrer. Ela falou de uma maneira geral, que sofria perseguição [do homem] no trabalho. Ele mandou que ela saísse do trabalho. Ela se sentia ameaçada que algo de ruim pudesse acontecer com ela”, informou a delegada.

Na terça-feira (19), a bancária Daniela Fernanda Silva Belo foi assassinada a facadas pelo marido, o também bancário Diego Fernandes Lira da Silva, em Arapiraca, diante dos filhos, de 3 e 5 anos de idade. Em seguida, Diego Fernandes morreu em acidente de carro.

Antes de morrer, Daniela Fernanda tinha confidenciado aos parentes que estava com medo do marido, o também bancário Diego Fernandes Lira da Silva, pelas demonstrações exageradas de ciúmes dele. O delegado Ewerton Gonçalves, da Delegacia de Homicídios de Arapiraca, gravou um vídeo e encaminhou à imprensa, na manhã da quarta-feira (20), por meio do qual passa alguns detalhes da investigação deste caso. Ele revelou que a vítima contou à família que o esposo vivia enciumado e agia com agressividade até quando a ela fazia atividades rotineiras, como sair com amigas e frequentar a academia. Estas atitudes teriam provocado uma verdadeira crise no relacionamento e deixado Daniela apavorada. “A vítima disse para a irmã temer que o marido fizesse algo contra ela e chegou a citar aquele caso acontecido no estado do Paraná, recentemente, em que um policial matou a família inteira. Infelizmente, na noite dessa terça, acabou se concretizando este receio que a vítima possuía”, lamentou o delegado.

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