Mortas por parceiros ou ex, por familiares, por desconhecidos, estupradas, esganadas, espancadas, mutiladas, negligenciadas. Mulheres são vítimas todos os dias pelo fato de serem mulheres. Três casos registrados em Alagoas, somente nesta semana, têm chamado a atenção de toda a sociedade. A presidente da Comissão Especial da Mulher da OAB/AL, a advogada Cristiane Lúcio, classificou o número de crimes como assustador. De janeiro a junho deste ano, 15 mulheres foram vítimas de feminicídio e ocorreram em diversos contextos, mas, a grande maioria deles cometidos por seus companheiros. “Os números são assustadores levando em consideração os dados do ano de 2021. Precisando unir forças de todas as entidades governamentais ou não para exigir a aplicabilidade da nossa legislação que trata sobre o tema é que vale uma observação é uma das mais completas do mundo. E começar a colocar em prática todas as leis municipais e estaduais que já existem sobre esse tema para a prevenção de casos de violência contra a mulher”, disse, afirmando que “é inaceitável que atualmente estejamos nessa situação. Temos mecanismos para combater e prevenir. Precisamos encorajar e acolher todas as mulheres”. A advogada disse que vai cobrar que os casos sejam tratados com seriedade e respeito. “Precisamos abraçar essa causa e mostrar que a luta pela solução de todos os casos que envolvam qualquer tipo de violência contra a mulher devam ser tratados com a devida seriedade e respeito que se pede, bem como a celeridade na apuração e investigação pelas autoridades responsáveis”. A OAB está empenhada em acompanhar os inquéritos relacionados a este tipo de crime.
“Estamos buscando levantar alguns dados nesse início de nova gestão, entrando em contato com as secretarias que tratam das pautas voltadas para as mulheres no âmbito estadual e do municipal, poder judiciário, polícia militar e civil, ministério público, ONGs, casa de acolhimentos e todas as redes de apoio que tratam sobre o tema. Nosso maior objetivo é promover a cidadania e garantir o empoderamento da mulher e combater todas as formas de violências”, afirmou Cristiane.
Além das mortes, temos também casos de violência física, psicológica, financeira, mulheres vítimas de estupro. O machismo estrutural ainda é muito presente na sociedade. “O machismo é algo estrutural que precisa ser “destruído” da nossa cultura. Quando se tira a vida de uma mulher, vocês estão tirando sonhos, dilacerando toda uma família e trazendo traumas que acompanharão os envolvidos nessas tragédia por toda a vida. Nesse contexto e em alguns casos os envolvidos replicam essa violência em outras pessoas e assim dão continuidade a um ciclo sem fim. Precisando dar um basta em toda forma de violência contra as mulheres toda a sociedade sofre com tamanha maldade”.