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Nº 5595
Cidades A motorista por aplicativo Alayne da Silva, que sofreu uma tentativa de homicídio, sendo baleada diversas vezes

MOTORISTAS POR APLICATIVO INICIAM TESTE DE SISTEMA DE MONITORAMENTO

Medida tem como objetivo dar resposta mais rápida em caso de ação de criminosos contra a categoria

Por TATIANNE BRANDÃO | Edição do dia 30/07/2022 - Matéria atualizada em 30/07/2022 às 04h00

Após os episódios de violência sofrido por motoristas por aplicativo nos últimos meses, como o caso de Alayne da Silva, que sofreu uma tentativa de homicídio, sendo baleada diversas vezes, e de Pedro Farias Santos, morto há pouco mais de duas semanas, na cidade de Arapiraca, algumas medidas começaram a ser tomadas para tentar coibir a ação criminosa contra estes profissionais. Há muito tempo a categoria cobra mais fiscalização dos órgãos de segurança e, agora, começaram a ter algum retorno. Uma parceria firmada entre a Associação dos Motoristas por Aplicativo do Estado de Alagoas (Ampaeal) e uma empresa particular iniciou a fase de testes de um sistema de monitoramento e rastreamento que irá contar com segurança 24 horas. A medida, no entanto, só estará em pleno funcionamento ao final dos ajustes necessários. Conforme o presidente da Ampaeal, Alex Félix, neste primeiro momento, o sistema de monitoramento com o acionamento do botão de emergência, está funcionando apenas em horário comercial, mas será ampliado à medida que a fase de teste seja concluída. Ele explica como funcionará o sistema. “É um sistema que conta com uma central de monitoramento e rastreamento 24 horas e qualquer acionamento através do botão de emergência, a central entra em contato com os órgãos de segurança pública, informando onde está o motorista naquele momento que ele acionou o botão. A empresa sendo acionada, ela compartilha a localização com a polícia, que vai fazer a abordagem ao carro. O sistema está funcionando em fase de teste, no horário comercial, das 8h às 18h, mas será ampliado mais para frente. É um benefício que a associação está oferecendo ao motorista associado”. Devido ao alto número de ocorrências envolvendo motoristas por aplicativo, duas reuniões foram realizadas entre os motoristas e o comando da Polícia Militar. Nelas, ficou definido que as abordagens policiais seriam intensificadas. “Nestas reuniões surgiu a ideia de colocar esses monitoramentos e, por causa do aumento dos casos de assaltos contra motoristas por aplicativos, a polícia vai intensificar as paradas, as abordagens aos carros e vai ficar mais ostensivo a segurança”, disse Alex. Além dos assaltos e mortes, a categoria também sofre, diariamente, com ameaças e agressões físicas e verbais por parte dos clientes. No dia 13 de julho, um motorista foi agredido e sofreu ameaças. Ele foi orientado a registrar um Boletim de Ocorrência. “É muito comum o motorista receber ameaça verbal e física e o que a gente indica é que faça o que o Matheus fez, que vá na delegacia, abra um B.O. e dê andamento ao processo, porque nada justifica e nada dá direito ao passageiro agredir o motorista fisicamente, verbalmente e, até mesmo, assediar sexualmente. A associação prestou apoio a ele durante a ida à delegacia e orienta que os demais façam a mesma coisa”. Alex acredita que o novo sistema vai dar uma resposta mais rápida aos motoristas. “Não é que vá coibir a ação dos criminosos, a situação vai ocorrer, mas acredito que dará uma resposta mais rápida, já que ele vai acionar o botão de emergência e não vai acontecer o que aconteceu com a Alayne, por exemplo, que a gente só veio achar quando havia passado horas da ocorrência. Com o monitoramento em tempo real, ele tem um atraso na informação do envio porque depende da internet, mas é bem mais rápido do que aqueles que não têm o sistema de monitoramento e rastreamento”, ressalta. Para ter acesso ao sistema, no entanto, o motorista por aplicativo precisa estar associado à Ampaeal. “É importante que os motoristas sejam associados porque temos um grupo dentro da associação em que os motoristas são monitorados 24 horas, ele tem esse benefícios e tantos outros. Além disso, ele fortalece a associação a qual ele está sendo representado, para que a associação cresça. Sobre os casos de tentativa de homicídio e homicídio citados no início da matéria, a Polícia Civil de Alagoas (PC/AL) disse que está investigando o caso, mas que não pode passar mais informações para não atrapalhar o andamento da investigação.

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