
MOTORISTAS POR APLICATIVO INICIAM TESTE DE SISTEMA DE MONITORAMENTO
Medida tem como objetivo dar resposta mais rápida em caso de ação de criminosos contra a categoria
Por TATIANNE BRANDÃO | Edição do dia 30/07/2022 - Matéria atualizada em 30/07/2022 às 04h00
Após os episódios de violência sofrido por motoristas por aplicativo nos últimos meses, como o caso de Alayne da Silva, que sofreu uma tentativa de homicídio, sendo baleada diversas vezes, e de Pedro Farias Santos, morto há pouco mais de duas semanas, na cidade de Arapiraca, algumas medidas começaram a ser tomadas para tentar coibir a ação criminosa contra estes profissionais. Há muito tempo a categoria cobra mais fiscalização dos órgãos de segurança e, agora, começaram a ter algum retorno. Uma parceria firmada entre a Associação dos Motoristas por Aplicativo do Estado de Alagoas (Ampaeal) e uma empresa particular iniciou a fase de testes de um sistema de monitoramento e rastreamento que irá contar com segurança 24 horas. A medida, no entanto, só estará em pleno funcionamento ao final dos ajustes necessários. Conforme o presidente da Ampaeal, Alex Félix, neste primeiro momento, o sistema de monitoramento com o acionamento do botão de emergência, está funcionando apenas em horário comercial, mas será ampliado à medida que a fase de teste seja concluída. Ele explica como funcionará o sistema. “É um sistema que conta com uma central de monitoramento e rastreamento 24 horas e qualquer acionamento através do botão de emergência, a central entra em contato com os órgãos de segurança pública, informando onde está o motorista naquele momento que ele acionou o botão. A empresa sendo acionada, ela compartilha a localização com a polícia, que vai fazer a abordagem ao carro. O sistema está funcionando em fase de teste, no horário comercial, das 8h às 18h, mas será ampliado mais para frente. É um benefício que a associação está oferecendo ao motorista associado”. Devido ao alto número de ocorrências envolvendo motoristas por aplicativo, duas reuniões foram realizadas entre os motoristas e o comando da Polícia Militar. Nelas, ficou definido que as abordagens policiais seriam intensificadas. “Nestas reuniões surgiu a ideia de colocar esses monitoramentos e, por causa do aumento dos casos de assaltos contra motoristas por aplicativos, a polícia vai intensificar as paradas, as abordagens aos carros e vai ficar mais ostensivo a segurança”, disse Alex. Além dos assaltos e mortes, a categoria também sofre, diariamente, com ameaças e agressões físicas e verbais por parte dos clientes. No dia 13 de julho, um motorista foi agredido e sofreu ameaças. Ele foi orientado a registrar um Boletim de Ocorrência. “É muito comum o motorista receber ameaça verbal e física e o que a gente indica é que faça o que o Matheus fez, que vá na delegacia, abra um B.O. e dê andamento ao processo, porque nada justifica e nada dá direito ao passageiro agredir o motorista fisicamente, verbalmente e, até mesmo, assediar sexualmente. A associação prestou apoio a ele durante a ida à delegacia e orienta que os demais façam a mesma coisa”. Alex acredita que o novo sistema vai dar uma resposta mais rápida aos motoristas. “Não é que vá coibir a ação dos criminosos, a situação vai ocorrer, mas acredito que dará uma resposta mais rápida, já que ele vai acionar o botão de emergência e não vai acontecer o que aconteceu com a Alayne, por exemplo, que a gente só veio achar quando havia passado horas da ocorrência. Com o monitoramento em tempo real, ele tem um atraso na informação do envio porque depende da internet, mas é bem mais rápido do que aqueles que não têm o sistema de monitoramento e rastreamento”, ressalta. Para ter acesso ao sistema, no entanto, o motorista por aplicativo precisa estar associado à Ampaeal. “É importante que os motoristas sejam associados porque temos um grupo dentro da associação em que os motoristas são monitorados 24 horas, ele tem esse benefícios e tantos outros. Além disso, ele fortalece a associação a qual ele está sendo representado, para que a associação cresça. Sobre os casos de tentativa de homicídio e homicídio citados no início da matéria, a Polícia Civil de Alagoas (PC/AL) disse que está investigando o caso, mas que não pode passar mais informações para não atrapalhar o andamento da investigação.