
VARÍOLA DOS MACACOS: RESULTADO DE EXAMES DEVE SAIR EM UMA SEMANA
Amostras foram coletadas pelo Lacen e enviadas para a Fundação Oswaldo Cruz, que tem competência para este tipo de investigação
Por Thiago Gomes | Edição do dia 02/08/2022 - Matéria atualizada em 02/08/2022 às 04h00
A direção do Hospital Escola Dr. Helvio Auto (HEHA) deve receber, até o começo da semana que vem, o resultado dos exames de pesquisa para varíola dos macacos (monkeypox) de quatro pacientes de Alagoas que apresentaram sintomas característicos da doença. As amostras foram coletadas pelo Lacen/AL (Laboratório Central de Saúde Pública de Alagoas) e enviadas de avião para a Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro, que tem competência para este tipo de investigação laboratorial. A instituição estipula uma média de 8 a 10 dias para o envio do resultado pelo sistema. Como as coletas foram enviadas na última sexta-feira (29), a previsão é de que os laudos sejam repassados no próximo fim de semana ou, no máximo, até a terça-feira da semana que vem. Os pacientes foram orientados pela equipe médica a retornarem ao Helvio Auto após o resultado dos exames. Até lá, eles devem permanecer isolados em casa, levando em consideração que a doença está classificada como infectocontagiosa. Até esta segunda-feira (1º), a direção do hospital informou que não atendeu mais pessoas com sintomas da varíola dos macacos além dos quatro pacientes da semana passada. Ninguém precisou ser internado. Todos se recuperam em domicílio. Segundo informações confirmadas à Gazetaweb por um profissional de saúde do estado, um dos pacientes é um homem, que teve o material biológico coletado e encaminhado para análise no laboratório da Fiocruz.
Por sua vez, na sexta (29), o Ministério da Saúde confirmou a primeira morte por varíola dos macacos no Brasil. Tratou-se de um homem de 41 anos, com graves problemas de imunidade, que estava internado no Hospital Eduardo de Menezes, em Belo Horizonte, e morreu na quinta (28).
No dia 23 de julho, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou emergência global para a varíola dos macacos.
NOTA TÉCNICA
Uma nota técnica elaborada pelo Ministério da Saúde recomenda que grávidas, puérperas e lactantes mantenham o uso de máscaras devido ao surto de varíola dos macacos, se afastem de pessoas com sintomas da doença e usem preservativo em todas as relações sexuais.
O documento ressalta “o rápido aumento do número de casos de MPX [monkeypox, nome em inglês da doença] no Brasil e no mundo” associado “à transmissão por contato direto e, eventualmente, por via aérea”. “As gestantes apresentam quadro clínico com características semelhantes às não gestantes, mas podem apresentar gravidade maior, sendo consideradas grupo de risco para evolução desfavorável”, diz a nota técnica. O ministério aponta que as gestantes estão no grupo de risco para varíola dos macacos, assim como imunossuprimidos e crianças menores de oito anos. Por isso, segundo o documento, os laboratórios devem priorizar o diagnóstico dessas pessoas, “visto que complicações oculares, encefalite e óbito são mais frequentes”. O Ministério da Saúde também orienta que as gestantes com quadro moderado ou grave de varíola dos macacos sejam hospitalizadas, “levando em consideração maior risco”. Já as grávidas que estão com sinais da doença, mas tiveram o diagnóstico para monkeypox descartado, devem ficar em isolamento domiciliar por 21 dias, sem visitas, e refazer o exame, caso os sintomas não desapareçam. A nota técnica é assinada pelo secretário de Atenção Primária à Saúde, Raphael Câmara, e pela diretora do Departamento de Saúde Materno Infantil, Lana de Lourdes Aguiar Lima.