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Nº 5812
Cidades

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Por | Edição do dia 21/04/2002 - Matéria atualizada em 21/04/2002 às 00h00

Para o professor Douglas Apratto, Alagoas é um Estado que herdou deformações em sua formação e que ainda hoje não conseguiu resgatar intoleráveis níveis de exclusão social. Mas estivemos sempre muito atuantes na história e na contribuição de grandes figuras como Graciliano Ramos, Jorge de Lima, Nise da Silveira, Artur Ramos, que engrandecem a cultura e a inteligência nacional. “Pensar sobre o 22 de abril, do que representa Alagoas, a partir deste dia, é importante. Aprofundar-mo-nos em nossas origens, entender os graves problemas que enfrentamos, sem o maniqueísmo de um ufanismo ingênuo ou do pessimismo destruidor... Despertar de nossa letargia e de nossa alienação política”, declarou. O choque cultural - Quinhentos anos se passaram, disse Douglas Apratto, para completar: “Calculemos qual deve ter sido a surpresa dos homens que naquele dia, de repente, encontravam-se naquela luxuriante paisagem tropical. Homens que estavam vivendo o período renascentista europeu, e por um passe de mágica se viram diante de uma nova vida, de novos padrões de comportamento, completamente diversos dos seus. Imaginemos igualmente os nossos antepassados indígenas face a face com aqueles seres estranhos naqueles primeiros momentos de encontro entre duas culturas completamente diferentes. Chegando ao continente americano, pensaram os navegadores europeus haver atingido a costa da Índia, e como os nativos apresentassem certa semelhança na cor, como gente da terra das especiarias, na Ásia, chamaram logo Índias Ocidentais à terra alcançada, e conseqüentemente, de índios os seus habitantes”. Concluindo, o historiador ensina que a expansão Ibérica, na qual as navegações portuguesas tiveram um papel especial, desencadeou um dos mais fecundos processos civilizatórios de toda a história. Destrutivo, ruinoso, pelas vidas que ceifou e matou e pela imensidade de riquezas que saqueou, mas ao mesmo tempo, um dos mais espantosos criadores de povos e sociedades, como o Brasil e a nossa Alagoas. “Conforme podemos comprovar, a terra em que vivemos hoje, ainda indefinida geográfica e politicamente naquele imenso território de então, não só teve a primazia de ser vizinha ao palco desses primeiros contatos com os espanhóis como, logo a seguir, foi um dos pontos a serem percorridos pelos navegadores em São Miguel e Coruripe. A denominação Alagoas só viria muito mais tarde, no período de colonização, em decorrência das numerosas lagoas existentes na região, assinaladas nos mapas primitivos pelos exploradores. Era assim chamada a parte austral da primitiva Capitania de Pernambuco”.

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