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Nº 5694
Cidades O estrangeiro, que não pode ser identificado no momento saiu de seu país no mês passado

ESTRANGEIRO LGTB PEDE REFÚGIO EM AL PARA FUGIR DA PENA DE MORTE

Homem pede que Comissão da Diversidade Sexual da OAB/AL acompanhe seu processo de refúgio

Por Greyce Bernardino | Edição do dia 11/08/2022 - Matéria atualizada em 11/08/2022 às 04h00

A Ordem dos Advogados do Brasil em Alagoas (OAB/AL) recebeu denúncia de um estrangeiro que se encontra em Maceió, cujo país de origem dele adota pena de morte para pessoas LGBTQIAPN+. Atualmente, são 13 países do Oriente Médio que adotam a pena de morte a atos homossexuais, sendo que em quatro deles – Sudão, Arábia Saudita, Irã e Iêmen – a pena é efetivamente aplicada pela Justiça no país todo. Em dois países (Nigéria e Somália), a pena é aplicada somente em alguns distritos. O estrangeiro, por sua vez, pediu para que a Comissão da Diversidade Sexual da OAB/AL pudesse acompanhar o seu processo de refúgio para que, assim, pudesse fixar residência em Maceió, por já possuir amigos e pessoas de sua confiança. O estrangeiro, que não pode ser identificado no momento – em razão do pedido de refúgio que tramita na Polícia Federal –, saiu de seu país de origem no mês passado, em julho, e teme por sua integridade física em razão das severas penas contra pessoas LGBTQIAP+ no seu país de origem. “Não podemos fazer a especificação do país onde ele mora, pois ele está pedindo refúgio na Polícia Federal do Estado e o processo do caso é sigiloso. Não podemos divulgar o histórico dele, para não envolver a família do mesmo. Os detalhes é para preservar a imagem dele”, disse Marcus Vasconcelos, presidente da Comissão de Diversidade Sexual e Gênero da OAB/AL.

O estrangeiro, que só se comunica através do inglês, relatou que durante toda a sua vida foi obrigado, por sua família, a se relacionar e a constituir família com mulheres, tendo que silenciar sua orientação sexual em razão da religião e da cultura adotada.

“Ele tem uma vida em que se afirma homossexual e, a todo momento, ele fala que se sente confortável com a sua orientação sexual”, completou Marcus. Ainda segundo Marcus, o caso chegou à OAB/AL através de um membro da Comissão, que conhece o estrangeiro. O membro, inclusive, está ajudando o estrangeiro como advogado. “O estrangeiro conseguiu um visto de mês para ficar no Brasil e o prazo está terminando, por isso do pedido de ajuda dele. Caso o pedido de refúgio seja negado, ele deve voltar para o seu país de origem e ser condenado, ou, será levado para um outro país, também do Oriente Médio, onde deve viver uma vida que não condiz com ele, o que o preocupa muito. No primeiro momento, ele até tenta que o seu visto seja estendido, e assim ele tenha mais tempo no Brasil. Um dos pontos que vem dificultando o seu pedido de refúgio é que ele precisa comprovar que é homossexual”. O estrangeiro aguarda decisão da Polícia Federal e a atualização do caso será divulgada pela comissão Comissão da Diversidade Sexual da OAB/AL.

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