Saúde
AO MENOS 23,4 MIL CRIANÇAS ESTÃO ACIMA DO PESO EM AL
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O relatório de estado nutricional do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan) do Ministério da Saúde revelou que, pelo menos, 23.462 crianças e adolescentes estão acima do peso em Alagoas, o que corresponde a 18% da população nesta fase da vida. A obesidade infantil é considerada um problema grave de saúde que pode comprometer a qualidade de vida e desencadear doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, além de impactar negativamente no desenvolvimento dos ossos, músculos e articulações, prejudicando a formação do esqueleto de crianças e adolescentes. Das 65.998 crianças avaliadas no Estado, na faixa etária de 0 a 5 anos, 5.889 (8,92%) foram classificadas como “peso elevado para a idade”. Em adolescentes, as estatísticas são ainda mais preocupantes, pois dos 58.145 pesquisados, 10.689 (18,38%) apresentam sobrepeso, 5.564 (9,57%) são obesos e 1.320 (2,27%) sofrem de obesidade grave. Os dados são do ano de 2022. A nutricionista do Sistema Hapvida Maceió, Icléa Rocha, afirma que o consumo de alimentos ultraprocessados, como refrigerantes, sucos artificiais, embutidos e refeições prontas, além do sedentarismo, estão entre as principais causas da obesidade infantil. A doença é caracterizada quando a criança ou adolescente se encontra acima do peso em relação à sua altura e idade. “A introdução de alimentos inapropriados na dieta, muito calóricos e pouco nutritivos, no lugar daqueles saudáveis, como frutas, verduras, legumes e carnes magras, preocupa. O sedentarismo também é outro fator importante, já que as crianças de hoje em dia passam mais tempo na frente das telas e gastam menos energia brincando e movimentando o corpo, o que é essencial para prevenir o ganho de peso”, diz. A mestre em nutrição clínica também cita outras causas da obesidade infantil, como o desmame precoce, desordens endócrinas, estresse, ansiedade e depressão. “O componente genético também deve ser considerado. Quando há casos de obesidade na família, o desenvolvimento da criança deve ser acompanhado ainda mais de perto por especialistas”, reforça. Apesar de não ser a única responsável pelo quadro de obesidade entre crianças e adolescentes, a nutricionista Icléa Rocha afirma que a família está no coração da mudança de hábitos e, sem a atuação dos pais ou responsáveis, a possibilidade de reverter o quadro é quase nula.
“O comportamento alimentar adotado pela família é fundamental, afinal, as crianças costumam imitar os pais em tudo o que eles fazem, então, se eles têm hábitos alimentares errados, os filhos provavelmente também terão. Precisamos levar a sério as orientações de prevenção, diagnóstico e tratamento da obesidade infantil, e entender que essa é uma responsabilidade não apenas da criança, mas de toda a família”, conclui.