MPF/AL RECOMENDA RESTABELECIMENTO DE SERVIÇOS NO BOM PARTO
Órgão reconhece que a situação da comunidade é realmente precária, especialmente no que tange à falta de serviços públicos
Por Jobison Barros | Edição do dia 27/10/2022 - Matéria atualizada em 27/10/2022 às 19h04
O Ministério Público Federal em Alagoas (MPF/AL), por meio do grupo de trabalho que acompanha o Caso Pinheiro/Braskem, expediu recomendação ao Estado de Alagoas, ao município de Maceió e à Braskem, a fim de que sejam adotadas providências no sentido do pronto restabelecimento ou implementação de serviços públicos para atendimento da população do bairro do Bom Parto, em Maceió.
O documento, de autoria das procuradoras da República Julia Cadete, Juliana Câmara, Niedja Kaspary e Roberta Bomfim, foi expedido no âmbito do Procedimento Preparatório nº 1.11.000.000125/2022-14, instaurado com o objetivo de acompanhar os impactos sociais do fenômeno de afundamento do solo no entorno do mapa de linhas e ações prioritárias, em especial na região do Bom Parto. Em inspeção realizada em julho, as procuradoras constataram que a situação da comunidade é realmente muito precária, especialmente no que tange à falta de serviços públicos. Apesar de reiteradamente questionar sobre como os moradores do Bom Parto passaram a ser atendidos em razão da desativação de alguns equipamentos públicos localizados na área delimitada pelo mapa, até o momento, não houve resposta satisfatória por parte das secretarias competentes. Assim, o MPF expediu recomendação visando à implementação/restabelecimento, de forma adequada, contínua, regular e eficiente dos serviços públicos necessários. Ao Estado de Alagoas, o MPF recomendou a implementação/restabelecimento dos serviços de segurança pública, inclusive através do Programa Ronda no Bairro; e transporte escolar, de modo a permitir a frequência escolar das crianças residentes na área e matriculadas na rede pública de ensino.
O MPF recomendou que o Município de Maceió implemente ou restabeleça os serviços de transporte escolar, de modo a permitir a frequência escolar das crianças residentes no bairro do Bom Parto e matriculadas na rede pública municipal. Assim, como os serviços de saúde, com o aprimoramento dos serviços da Unidade Básica de Saúde, além da garantia de atendimento domiciliar através dos serviços do Estratégia de Saúde da Família, Consultório na Rua ou outra estratégia que beneficie diretamente a comunidade atingida, em razão dos casos de leptospirore e amebíase.
O Município também foi orientado a promover rondas da guarda municipal; iluminação pública (LED); coleta domiciliar e limpeza urbana; poda de árvores; direcionamento das ações da operação tapa-buraco e recapeamento; garantia de matrícula de alunos que residem no bairro Bom Parto em escolas públicas próximas de sua residência, considerando a desativação da Escola Cincinato Pinto; aprimoramento dos serviços de assistência social, com vistas a atender às necessidades da população. A recomendação também foi encaminhada a um representante da Braskem. Os destinatários têm o prazo de 15 dias para informar formalmente ao MPF se acolherão a Recomendação, bem como as providências que estão sendo adotadas para o seu atendimento.