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Nº 5759
Cidades Somente este ano, até o mês de setembro, foram realizados 780 exames de DNA em Alagoas

ALAGOAS FAZ USO DE EXAME DE DNA PARA DESVENDAR CRIMES

Laboratório de Genética Forense da Polícia Científica de Alagoas também faz teste para encontrar pessoas que estavam desaparecidas

Por Jamylle Bezerra | Edição do dia 29/10/2022 - Matéria atualizada em 29/10/2022 às 04h00

Em todo o país, os exames de DNA têm ajudado a desvendar crimes e encontrar pessoas que estavam desaparecidas. Por aqui, em Alagoas, não tem sido diferente e 780 exames já foram realizados no estado em 2022. Além disso, como integrante da Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos (RIBPG) do Governo Federal, o estado já teve localizados e identificados dois cadáveres de pessoas que eram consideradas desaparecidas por parentes. Os exames são realizados pelo Laboratório de Genética Forense da Polícia Científica de Alagoas, que é vinculado à Chefia de Perícias de Laboratório, subordinada ao Instituto de Criminalística (IC). O local conta com a atuação de seis peritos criminais, todos com formação em áreas de saúde. Como explica a chefe do Laboratório de Genética Forense do Instituto de Criminalística da Polícia Científica de Alagoas, Rosana Coutinho, o recurso é utilizado em vários tipos de crimes em que o material possa ser colhido. “O DNA é coletado em locais de crimes em que existem vestígios biológicos, que possam gerar um perfil genético, tais como sangue em vestes ou outros objetos, saliva em copos, DNA de contato em objetos e em vestes, dentre outros. O recurso do DNA é utilizado em crimes de homicídio e suicídios, crimes sexuais, crimes contra o patrimônio e em todos os outros que tenham vestígios biológicos”, afirma Rosana Coutinho. Somente este ano, até o mês de setembro, foram realizados 780 exames, que geraram 730 laudos. Em todo o ano de 2021, esse número foi de 1.298, o que gerou 914 laudos. Não há informações sobre o quantitativo de crimes que foram esclarecidos em Alagoas a partir do exame de DNA, mas segundo o Laboratório, são muitos.

COMO FUNCIONA

Para fazer o exame, variados equipamentos são utilizados no Laboratório, como por exemplo, triturador de ossos para extrair o DNA de ossos de cadáveres não identificados, centrífugas, banho seco para aquecimento e agitação de amostras durante a extração, robôs para purificação de DNA de amostras diversas, picotador de cartões coletores de DNA, pipetador automático, quantificador de DNA para quantificar o DNA extraído, termocicladores para realizar a amplificação do DNA extraído e analisador genético para traçar o perfil genético da amostra para comparação com o DNA de vítimas ou suspeitos de crimes. Além de todos esses equipamentos, o Laboratório também conta com softwares de análise de resultados e de análises estatísticas.

O passo a passo após a coleta de um material biológico contendo DNA em um local de crime é a extração e purificação desse DNA do referido material biológico, seguida da quantificação para saber se há DNA na amostra e a quantidade. Depois, vem a fase da amplificação do DNA para os marcadores genéticos analisados.

Após essa etapa, vem a genotipagem do DNA na quantidade requerida pelo analisador genético. Por fim, os dados obtidos são analisados no software GeneMapper para gerar os eletroferogramas, que são o resultado final para o confronto genético. “Nós traçamos o perfil genético de regiões específicas, que são utilizadas por toda a comunidade forense mundial, para no final obter um perfil genético apto para confronto com o DNA do suspeito ou da vítima, ou de familiares de pessoas desaparecidas”, afirma Rosana. O tempo médio para traçar esse perfil vai depender da qualidade do material coletado.

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