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Nº 5759
Cidades A obesidade infantil é um problema mundial de saúde pública a ser superado, diz ministério

CRIANÇAS OBESAS PODEM SOFRER COMPLICAÇÕES PSICOLÓGICAS E SOCIAIS

Dados nacionais mostram que 3 a cada 10 crianças de 5 a 9 anos de idade estão acima do peso no país

Por Regina Carvalho | Edição do dia 29/10/2022 - Matéria atualizada em 29/10/2022 às 04h00

Quando criança sofria por não conseguir achar uma roupa ou por sofrer bullying, até que aos 20 anos decidiu mudar tudo ao ver uma foto ao lado das amigas. Parecem aquelas histórias de superação, de pessoas insatisfeitas com o próprio corpo, que resolvem mudar. E é, mas revela também a trajetória de uma estudante de Nutrição que agora ajuda outras pessoas a buscarem uma vida mais saudável, através da própria experiência. Em entrevista à Gazeta, Natasha Gusmão e as nutricionistas Bárbara Coelho e Icléia Rocha falam sobre a obesidade infantil. O Ministério da Saúde reforça ações de promoção de alimentação mais saudável, principalmente crianças, para combater a obesidade.

A reportagem pergunta à Natasha na opinião dela porque é tão difícil perder peso e se alimentar de forma saudável. “A meu ver, a dificuldade em perder peso está nos hábitos alimentares enraizados em nosso dia a dia e na forma que nos comportamos perante o ato de se alimentar. A comida está presente em todos os momentos da nossa vida, comemos por necessidade fisiológica, mas também por prazer e é muito difícil nos distanciarmos do alimento como ator principal de socialização e afeto”, avalia.

Ela acrescenta que “se alimentar de forma saudável muitas vezes é difícil pela falta de conhecimento a respeito, pois muitos acreditam que comer saudável é caro, é difícil, é perda de tempo; e também, pela falta de acesso, como por exemplo o consumo de alimentos ultraprocessados pelos mais carentes, onde a feira poderia ser uma escolha mais barata, sem contar o uso da comida como conforto e status”. Aos 20 anos Natasha decidiu que era hora: “Desde então fiz o que ‘todo mundo sabe que tem que fazer, mas não faz’ e emagreci bastante. Não busquei ajuda na época, mas hoje como estudante de Nutrição vejo o quanto teria sido importante um acompanhamento, tanto nutricional, quanto psicológico. Hoje me considero saudável, mas como qualquer pessoa tenho algumas recaídas e em muitas situações recorro à comida como fuga”, reforça Natasha Gusmão.

PROBLEMA MUNDIAL

Segundo o Ministério da Saúde, a obesidade infantil é um problema mundial de saúde pública a ser superado. Dados nacionais mostram que 3 a cada 10 crianças de 5 a 9 anos estão acima do peso no país. Segundo o Atlas Mundial da Obesidade e a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil estará na 5º posição no ranking de países com o maior número de crianças e adolescentes com obesidade em 2030, com apenas 2% de chance de reverter essa situação se nada for feito.

No Brasil, 18,9% das crianças menores de 2 anos tem excesso de peso e, em Alagoas, esse percentual é de 24,1%. No Nordeste, tem maior percentual do que a Bahia 20,1%; Piauí 20,1%; Paraíba 21,5%; Pernambuco 21,6%; Maranhão 23,6%; Rio Grande do Norte 23,9%. Já o Ceará chega a 26,5% e Sergipe a 29,2%.

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