Quase 30% dos inscritos no Enem faltam ao 1º dia de provas em AL
Inep aponta que ausência de candidatos que fariam a prova de forma online chega a 48,7% no estado
Por Greyce Bernardino e Jamylle Bezerra | Edição do dia 15/11/2022 - Matéria atualizada em 15/11/2022 às 04h00
Mais de 17 mil pessoas inscritas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano não compareceram para a realização da primeira prova, no último domingo (13), em Alagoas, o que representa 27,5% de faltosos.
De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), dos 62.717 inscritos para a versão impressa do exame no Estado, 17.283 não compareceram aos locais de prova. Professores também comentaram o primeiro dia de exame, classificando as provas como dentro do padrão e o tema da Redação pertinente.
O Inep,afirma que os dados são preliminares, por conta de os números conclusivos dependerem da apuração definitiva do consórcio aplicador.
Os dados do instituto ainda mostram que, dos 1.230 candidatos que fariam o teste de forma digital em Alagoas, 599 faltaram à prova, o que representa uma ausência de 48,7%. Apenas 631 estiveram presentes para realizar as provas online.
No domingo, os participantes realizaram provas de linguagens, códigos e suas tecnologias, ciências humanas e suas tecnologias, além da Redação, com o tema “Desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil”.
À reportagem, a estudante do terceiro ano do Ensino Médio de uma escola pública de Maceió, Marcela Rodrigo, de 20 anos, contou que o primeiro dia de prova foi cansativo, mas não tão difícil. A jovem também disse que ficou surpresa com o tema da Redação, mas que gostou do assunto. “Não estava esperando esse tema, mas, para quem está ligado nos assuntos, é bem tranquilo. No final, acabei gostando de escrever a minha redação. A primeira prova foi tranquila, vamos ver semana que vem”, falou.
Ela sonha em cursar Direito na Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e vem se preparando para o exame há quase um ano. “A minha meta deste ano é fazer uma boa prova e conseguir cursar Direito na Ufal em 2023. Espero ter esse sonho realizado”.
Já a aluna Maria Clara Fontes, que estuda a 1ª série do Ensino Médio em um colégio privado da capital, fez a prova do Enem como treineira. Ela disse que a experiência valeu muito a pena.
“Eu gostei bastante e pretendo fazer ano que vem novamente, antes de fazer para valer. A prova foi muito cansativa, porém fiquei até o final para sair com o caderno de questões. Eu treinei para entender como a prova funciona. Ano que vem eu já quero direcionar meus estudos mais para a área de humanas, até porque eu pretendo cursar Direito”, confidenciou.
A estudante Amanda Farias teve a mesma percepção da colega de sala em relação à quantidade de textos da prova. “Eram 90 questões, com 90 textos. Então, isso vai deixando a pessoa muito cansada. Eu precisei sair da sala em alguns momentos para relaxar um pouco. Foi um momento muito importante porque entendi a dinâmica do teste. A Redação me surpreendeu, embora eu esperasse outro tema, mesmo sem saber dizer qual necessariamente”.
E completa: “O mais importante que levo da experiência é o fato de ter organizado o meu tempo de uma maneira proveitosa. Espero que quando eu for fazer para valer, pois agora sou treineira, que eu tenha o mesmo desempenho”.
OPERAÇÃO DA PF
Duas pessoas que seriam alvo da operação da Polícia Federal, relacionada a possíveis fraudes no primeiro dia de provas do Enem não foram localizadas em Alagoas. A ação foi deflagrada em todo o país, com o objetivo de prender suspeitos com mandado em aberto e que se inscreveram no exame.
Segundo a polícia, os dois suspeitos, no estado, fariam a prova nos municípios de Arapiraca e Teotônio Vilela, no Agreste, mas não compareceram ao exame.
Em todo o país, foram identificadas 30 candidatos com mandados de prisão em aberto e que prestariam o exame. Diante da informação, a Polícia Federal, juntamente com outros órgãos de segurança, deflagraram uma operação para localizar esses acusados de crimes. No total, além de Alagoas, a ação foi realizada em mais 14 estados do país.
No estado, os alvos respondem pelos crimes de furto qualificado e homicídio, respectivamente. Após serem identificados os suspeitos, a Polícia Civil, por meio da Gerência de Inteligência Policial, comandada pelo delegado Thales Araújo, montou a ação para que a prisão fosse efetuada no momento da prova, o que não pode acontecer, em razão da ausência dos candidatos.
Segundo a Polícia Federal (PF), em todo o país, o cumprimento das medidas se deu de forma a não causar qualquer tumulto ou atrapalhar a concentração dos participantes do certame. Coube à PF colocar em prática ações de polícia judiciária e de inteligência para a prevenção e repressão de irregularidades, visando à garantia da segurança e lisura na realização do certame.
As ordens tinham como alvos candidatos do Amapá, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo, além de Alagoas. Participaram das ações mais de 500 policiais federais, distribuídos em todos estados da Federação e no Distrito Federal.