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Nº 5885
Cidades

Governo recomenda volta do uso de máscara em locais fechados em AL

Orientações foram adotadas durante reunião do Grupo Técnico da Sala de Situação da Covid-19

Por Hebert Borges | Edição do dia 17/11/2022 - Matéria atualizada em 17/11/2022 às 06h45

A subvariante BQ.1 já está circulando em Alagoas e reflete diretamente no aumento de novos casos e internações registrados nas últimas semanas. Nessa quarta-feira (16), o Grupo Técnico da Sala de Situação da Covid-19 da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) recomendou o retorno do uso de máscaras em locais fechados e a necessidade da conclusão do esquema vacinal contra a Covid-19. O grupo se reuniu para discutir a situação e traçar estratégias para evitar uma nova onda de casos. Durante o encontro, os técnicos avaliaram ainda que a vacinação é a porta mais eficaz para conter uma terceira onda da doença e, dessa forma, evitar a sobrecarga nos hospitais privados e públicos do Estado. De acordo com o chefe do Gabinete de Combate à Covid-19 da Sesau, infectologista Renee Oliveira, a preocupação dos órgãos é para a baixa cobertura vacinal, principalmente, para as doses de reforço. Segundo ele, algumas faixas etárias não contemplam nem 50% da meta preconizada, elevando o risco dessas pessoas contrariem a nova variante da Ômicron. “Nós precisamos fazer com que as medidas de proteção para o desenvolvimento dessa onda se façam o mais rápido possível. O Governo do Estado e a Sesau farão um trabalho mais elaborado com relação à cobertura vacinal, principalmente, as doses de reforço. A preocupação aqui na Secretaria do Estado é porque a cobertura vacinal ainda não está a contento, nós precisamos atingir um número de 90% de cobertura. Dependendo da faixa da população, essa cobertura com a terceira dose, às vezes, é menor que 50% e isso preocupa. Então, é intensificar, resgatar as pessoas que ainda não foram vacinadas. E também o cuidado com aqueles indivíduos que têm uma tendência a gravar pegando a covid-19, os idosos, principalmente, mesmo os vacinados precisam se cuidar e se precisam ser dada atenção com relação à proteção não farmacológica, que é o uso da máscara e distanciamento social, higienização das mãos, como sempre falamos”.

Cobertura vacinal

Em Alagoas, 72,7% da população está vacinada com a primeira e segunda doses, 44,8% com a primeira dose de reforço e apenas 26,2% com a segunda dose de reforço. Por isso, a necessidade de que todo alagoano que seja contemplado como grupo prioritário para a imunização possa completar o esquema vacinal. Conforme o último Boletim Diário da Taxa de Ocupação de Leitos, divulgado pela Central Estadual de Regulação de Leitos, dos 134 leitos exclusivos para a internação de pacientes com a Covid-19, 16 estão ocupados, o que representa uma taxa de 12%. Quanto aos leitos de UTI, a taxa de ocupação corresponde a 18%, uma vez que, dos 33 disponíveis, seis estão preenchidos, representando que a situação está dentro da normalidade. O especialista reforça a importância de tomar as doses de reforço no período de quatro meses. “A maioria da nossa população está vacinada, mas essa vacina já foi aplicada há quatro meses e nós sabemos que a proteção cai com o passar do tempo e quatro meses já é um prazo que está dentro do esperado de queda. As pessoas vão pegar essa nova subvariante se não acontecer observação com relação aos cuidados, agora, o agravamento vai depender da situação de cada pessoa. Aqueles vacinados, muito provavelmente, não terão nenhum problema. Os que não conseguiram completar seu esquema vacinal, esses são os que mais nos preocupam”. Conforme explica o infectologista, a nova subvariante tem a tendência de ser menos agressiva que as anteriores, e de comprometer menos os pulmões dos infectados. “A subvariante é da ômicron e tem uma tendência de não agravar do ponto de vista respiratório. Isso nos dá uma certa tranquilidade porque nós teremos um número menor de internações e de agravamento, principalmente, comparando com o início da pandemia, naquela fase mais pesada quando precisávamos ter um número maior de unidades de terapia intensiva. A ômicron tem essa característica de causar um quadro mais parecido com síndrome gripal e atingir menos os pulmões, entretanto aquelas pessoas que são mais sensíveis, os idosos, imunossuprimidos”. Ele ressaltou ainda a importância da prevenção e diz que a população não deve criar pânico. “Ainda não podemos dizer que estamos vivendo uma terceira onda da doença, mas é fato que a subvariante BQ.1 existe e precisamos fazer este alerta para evitarmos aumento de casos. As medidas preventivas, que são simples, estão disponibilizadas, bem como a vacina. É necessário manter o isolamento dos casos positivos ou sintomáticos, além de serem evitadas aglomerações e a intensificação da higienização das mãos, seja com água e sabão ou com álcool em gel a 70%. Então, cabe a cada cidadão se conscientizar e fazer a sua parte, porque todos nós somos os mais interessados no zelo com nossas vidas”, ressaltou.

Festas de fim de ano

Outra preocupação dos técnicos é com a chegada das festividades do final do ano, onde há aglomerações em família e festas particulares e públicas. Apesar de não haver necessidade no momento, ele afirma que a Sesau está pronta para aumentar o número de leitos nos hospitais do Estado, caso haja necessidade. “O governador está repensando em orientar os municípios a aumentarem a cobertura vacinal. A Secretaria vai dar um apoio maior para tentar fazer com que nossa população se vacine e a questão educacional, precisamos buscar que a população, na necessidade do uso de máscara e distanciamento social, o faça e ficar na vigilância. Se o aumento do número de casos for expressivo, nós vamos precisar aumentar o número de leitos hospitalares, é algo que está no nosso radar”. Oliveira ressaltou que ainda não é possível se falar em uma terceira onda da doença em Alagoas. “É algo que ainda não sabemos. Com certeza esse aumento ainda é um repique dessa última onda, porque é uma subvariante parecida, mas vai depender da capacidade dessa nova subvariante de ter uma taxa de transmissão mais elevada”.

1º caso em Alagoas

O primeiro caso registrado em Alagoas é de um homem de 56 anos com histórico de viagem ao estado de São Paulo há um mês. Nesse caso, o homem teve um quadro de síndrome gripal e já está curado. Renee disse que a Sesau tem feito um trabalho de vigilância em busca das novas variantes que circulam no Estado.

“Nós temos esse trabalho de vigilância, este trabalho busca identificar quais são as variantes ou subvariantes que estão circulando no momento no Estado. E apareceu essa pela primeira essa subvariante e isso nos preocupou porque essa variante já é conhecida lá fora, na Europa e nos Estados Unidos e ela tem a capacidade de escapar do sistema imunológico, consequentemente, a tendência é termos um aumento no número de casos num futuro próximo.

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