Um projeto piloto trabalhado de forma interinstitucional será responsável por um curso pré-vestibular destinado à população negra em Alagoas. O objetivo é capacitar e permitir o acesso a universidade, desse segmento populacional excluído, numa parceria entre o Núcleo de Estudos Afro-Brasileiro (Neab), da Ufal, Governo do Estado, e entidades não-governamentais. Segundo informações do coordenador do Neab, Moisés de Melo Freitas, o Projeto Àfojúbá (yorubá), palavra de origem africana que significa presença, vai tentar reverter os elevados índices de exclusão. Segundo pesquisa divulgada pelo Ipea (Instituto de Pesquisas Econômicas e Aplicadas) referente ao ano de 1999, 89% dos jovens brancos de 18 a 25 anos não tinham ingressado na universidade naquele ano. Nessa mesma faixa etária, o índice subiu para 98% quando se tratava da população negra: só 2% tinham acessado a universidade. Em relação ao ensino médio, as desigualdades sociais indicam que 63% dos jovens brancos, de 18 a 23 anos, não o tinham concluído. O percentual subiu para 84% entre os jovens negros da mesma faixa etária. Inicialmente, o Àfojúbá vai oferecer 50 vagas, obedecendo critérios a serem observados na própria comunidade. O trabalho faz parte do Programa Nacional da Fundação Ford e Universidade Estadual do Rio de Janeiro denominado “Políticas de Cor no Ensino Superior”, para possibilitar o acesso ou a permanência do afro-brasileiro na universidade.