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Nº 5856
Cidades

Hospitais de AL podem receber novo leitos para pacientes com Covid

Especialistas recomendam uso de máscara em locais fechados e necessidade de conclusão do esquema vacinal

Por Regina Carvalho | Edição do dia 26/11/2022 - Matéria atualizada em 26/11/2022 às 04h00

Com o aumento do número de pessoas infectadas pelo coronavírus em Alagoas, a abertura de novos leitos hospitalares pode ocorrer nos próximos dias. A previsão é do infectologista Reneé Oliveira, chefe do Gabinete Estadual de Combate à Covid-19 da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau).   

“A Secretaria está monitorando. Temos que levar em consideração os dados epidemiológicos, como o número de notificações, de casos de Covid e também dos óbitos. O conjunto é que vai fazer com que se decida se aumenta ou não (o número de leitos), mas provavelmente na próxima semana eu acredito que nós teremos de fazer isso sim. Isso já está programado”, informou o infectologista Reneé Oliveira.

A reportagem pergunta ao chefe do Gabinete Estadual de Combate à Covid-19 quais ações a Sesau planeja nesse novo momento da pandemia. O médico cita a importância de usar a máscara facial e manter o distanciamento social. Entretanto, a população deve ficar atenta em relação à cobertura vacinal e tomar todas as doses disponíveis da vacina.

“Estamos soltando uma nota estimulando a população ao uso da máscara, não apenas nos ambientes fechados, mas também o uso contínuo por pessoas em situações de risco, além do distanciamento social. Passamos meses assim e funcionou de certa forma, mas o foco principal é a vacinação. O governo do Estado está estimulando a vacinação e vai ajudar os municípios a melhorar esse patamar que está distante do ideal, que é em torno de 90% de cobertura vacinal, não apenas nas duas primeiras doses, mas também as doses de reforço”, destaca.

“O Panorama da Covid-19 no Estado mostra que, no momento, estamos estáveis com o número de internamentos e óbitos, mas que existe uma crescente no número de pacientes diagnosticados com a doença. Cenário que pode se intensificar devido às festividades da Copa do Mundo e as confraternizações de Natal e Réveillon. Também detectamos um aumento no número de gestantes infectadas, o que mais uma vez acende o alerta à população para que siga as recomendações contra o novo coronavírus”, destacou o infectologista, durante reunião na Sesau, na última sexta-feira (25).

Profissionais doentes e abalados

Desde o início da pandemia de Covid, mais de 8,4 mil profissionais de saúde foram infectados pelo coronavírus em Alagoas. Para esses trabalhadores o desafio foi ainda maior. Perderam parentes, amigos, pacientes e muitos morreram. E agora, com uma nova fase da doença, o receio é ter que enfrentar tudo de novo.

A médica paliativista Marília Magalhães afirma que a pandemia do coronavírus matou profissionais e afetou psicologicamente muitos que atuam na saúde. “Não falo pela categoria, mas falando por mim e pelos colegas e amigos que trabalham comigo e que estiveram à frente dessa pandemia desde o início. Acho que mentalmente e psicologicamente falando a gente não está preparado”, responde, ao questionamento da Gazeta se a categoria está preparada para uma nova fase da pandemia.

“Houve uma demanda não apenas física, mas psicológica muito intensa para a gente lidar com a pandemia. Não só pela pandemia, pela questão da gente ter visto tanta gente querida morrer do jeito que foi. Mas acho que é a própria questão de ter visto muita gente enganada gastando o que não tinha para pagar pessoas especialistas em Covid, que não existia e não existe. Acho que estamos preparado tecnicamente sim, mas no contexto, pensando no profissional de saúde, não só médico, creio que não”, completa, em relação a possibilidade de um agravamento da doença com o aumento dos casos e internações. 

Sobre como os profissionais estão se protegendo, atualmente, Marília Magalhães destaca que “todo mundo deu uma relaxada, até porque há vários meses a gente não entrava em contato com paciente positivo”. A médica afirma que dentro do ambiente hospitalar os cuidados para evitar a infecção pelo coronavírus foram mantidos.

Falta reconhecimento

A reportagem pergunta ao presidente do Conselho Regional de Enfermagem de Alagoas (Coren-AL) Renné Costa sobre o novo “repique” da doença. “A enfermagem nasceu da guerra, apesar da falta de reconhecimento político da nossa importância para que haja promoção, prevenção e recuperação da saúde das brasileiras e brasileiros, prova disso é a morosidade com que tratam da solução para custeio da lei 14434/2022 (altera a Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, para instituir o piso salarial nacional do Enfermeiro, do Técnico de Enfermagem, do Auxiliar de Enfermagem e da Parteira)”, diz o sindicalista. 

“Numa emergência de saúde pública tão importante como é a pandemia da Covid-19 o principal erro é ignorar a sua existência, é ignorar dados e a ciência, é não acreditar que ensinamentos básicos como lavar as mãos salva vidas e que a alta tecnologia historicamente testada e consolidada como as vacinas não são eficazes. Enfim é preciso também prestarmos muita atenção com o que a humanidade está fazendo com o nosso planeta, que todos os dias demonstra sua exaustão a espoliação. Todo esse nosso adoecimento, clima severo e surgimento de novas doenças, a exemplo da Covid-19, são sintomas de um ecossistema desequilibrado, o que merece muito nossa atenção!”, reforça o presidente do Coren/AL. 

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