Serviço Geológico aponta aumento do nº de áreas de risco em Alagoas
Crescimento ocorreu após identificações de áreas de risco no município de Traipu por estudo geológico
Por Mariane Rodrigues | Edição do dia 29/12/2022 - Matéria atualizada em 29/12/2022 às 04h00
O Serviço Geológico do Brasil ampliou a relação de áreas de risco para inundações, enxurrada, deslizamento e inundação, em Alagoas. Agora, o estado contém 35 municípios que possuem vulnerabilidades para esse tipo de problemas em períodos de chuva. O aumento da quantidade de cidades ocorreu após um estudo realizado em Traipu, no Agreste de Alagoas.
Agora, com a atualização, segundo o Ministério de Minas e Energia (MME), Alagoas tem 1956 áreas de risco para ocorrências de deslizamento, inundação, enxurrada e erosão. Com isso, são 74,5 mil alagoanos vivendo em setores considerado de alto e muito alto risco.
O estudo em Traipu foi realizado no mês de abril, quando os pesquisadores em geociências percorreram a cidade para avaliar e classificar as áreas consideradas de risco. Conforme avaliação, a cidade apresenta duas áreas de risco: uma no bairro Centro, com mais de 90 imóveis e cerca de 390 moradores, e outra no povoado Marcação, com o mapeamento de 10 imóveis e aproximadamente 40 pessoas.
Segundo os pesquisadores, as duas áreas de Traipu foram setorizadas para o risco de inundação, o que apontam como resultado da expansão da área urbana da cidade combinada com a geomorfologia da região. O estudo está disponível para consulta no site do SGB e pode ser acessado por meio do link: https://rigeo.cprm.gov. br/handle/doc/23208.
“A expansão urbana do município está se dando sobre a planície aluvionar do rio São Francisco, onde boa parte das construções não possui acompanhamento técnico adequado. Nesse contexto, verifica-se que parte da cidade sofreu e ainda pode sofrer consequências de processo de inundação. Dessa forma, futuramente, o problema tende a se agravar caso o poder público não coloque em prática programas de fiscalização que dificultem o avanço da urbanização em áreas impróprias no município e que verifiquem os procedimentos de construção de novas moradias”, diz trecho do relatório assinado pelos pesquisadores do SGB.