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Nº 5759
Cidades A comercialização gira em torno de mais de cem quilos vendidos ao dia e tem aumentado nos últimos meses

PREÇO ELEVADO FAZ ALAGOANO TROCAR CARNE POR PESCADOS

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Por Regina Carvalho | Edição do dia 07/01/2023 - Matéria atualizada em 07/01/2023 às 04h00

Para substituir a carne bovina com o preço nas alturas, o alagoano busca opções mais baratas. Não é fácil substituir fontes de proteína e ainda economizar, mas o pescado pode ser uma boa alternativa. Peixarias viraram opção. Em uma delas, a comercialização gira em torno de mais de cem quilos vendidos ao dia e tem aumentado nos últimos meses. Salomão Magalhães é gerente de um estabelecimento que vende pescados na Jatiúca, em Maceió. Desde então, as vendas crescem e aumentam o faturamento. Otimismo não falta por lá. É uma filial da matriz que fica em Aracaju. “Ultimamente a procura está muito boa. Peixe de certa forma é um alimento muito mais saudável do que a carne vermelha e por conta disso, também, nossas vendas têm crescido.”, destaca. Trabalhando na empresa há cinco meses, Salomão Magalhães já percebeu a diferença, ou seja, o aumento da procura nos últimos meses. “Nesse período que estou aqui a gente já percebe uma diferença sim com relação aos outros meses e ao ano passado”, explica. Salomão destaca que o cliente tem preferido trocar a carne bovina pelo peixe e não apenas porque o peixe é considerado mais saudável, mas pela quantidade que vai levar para casa. Ou seja, sai mais barato comprar pescado. “Se você for comparar o preço de um quilo de carne bovina com algum peixe que a gente vende aqui a diferença é bem grande. Um quilo de peixe em média custa R$ 34,9, como o filé de dourado. Se você compara com a carne, por exemplo, é muito mais vantajoso comprar o peixe, além de ser muito mais saudável, está mais barato”, destaca Salomão. No caso do peixe a variedade é bem maior, o que permite dias comendo essa proteína. Deferente da carne, avalia o gerente da peixaria na Jatiúca. A empresa vende em atacado – principalmente a restaurantes – e no varejo, modalidade que registra maior lucro. Dados da Superintendência de Pesca do Ministério da Agricultura em Alagoas mostram que, em relação a comercialização por espécies em Alagoas, o camarão é mais presente no Litoral Sul, especialmente em Coruripe, Piaçabuçu e Pontal do Peba. “Também é bem forte em Maceió e no Litoral Norte é mais fraco comparado com as outras regiões. Em relação ao pescado, é bem mesclado, mas o mais forte é Maceió e Coruripe e espécies da Piracema em Piaçabuçu e Pão de Açúcar e Traipu”, informou a assessoria da Superintendência.

MAIS PESCADOS

Mauro Pedro dos Santos, 53 anos, pesca desde criança. Começou 45 anos atrás e vende pescado há 35 anos. Conhece as lagoas Mundaú e Manguaba como poucos e disse que se tivesse mais pescado venderia. “A situação piorou muito, nós tivemos a chuva que prejudicou a Lagoa Mundaú e perda grande do sururu há um ano. A pesca diminuiu 90%. O peixe que a gente mais tinha aqui é conhecido como Mororó, que não temos mais na lagoa. Está muito difícil. O forte da lagoa é o sururu e o peixe mororó que também desapareceu”, lamenta o pescador, que é presidente da Colônia de Pescadores de Bebedouro. Segundo Mauro Pedro, o pescado diminuiu por causa da lagoa (afetada com as chuvas) e agora o peixe que tem é de fora de Maceió. “Não é mais das nossas lagoas Mundaú e da Manguaba. É peixe do mar. Tivemos uma perda de mais de 80%. Atualmente, estamos negociando na Feirinha do Tabuleiro e do Cleto (parte alta de Maceió) e outros entregam no Mercado da Produção. “A procura é grande, o peixe é bem mais saudável e mais barato que a carne. Mas infelizmente não tem muita opção aqui. Por enquanto o peixe que a gente está pegando é a tilápia, que tanto é de cativeiro quanto de lagoa. A gente pega perto de Fernão Velho e é bem próximo a boca do rio. Ainda dá pra ir levando, mas diminuiu muito este ano. O pouco do sururu que tem não é da nossa lagoa, vem de Roteiro”, finaliza o pescador Mário Pedro.

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