Cidades
INFECTOLOGISTAS ALERTAM SOBRE RISCOS DE DOENÇAS NO CARNAVAL
Período é propício à propagação de vírus e bactérias; Helvio Auto é referência em atendimentos

Após longo hiato de dois anos das festas carnavalescas, causado pela pandemia de Covid-19, muita gente estava contando as horas para o Carnaval. Com toda essa empolgação, não é demais lembrar que as doenças infectocontagiosas continuam por aí e que o importante é manter a saúde antes, durante e depois das festas, com atitudes de prevenção. Referência em doenças infectocontagiosas no estado, o Hospital Escola Helvio Auto (HEHA), unidade assistencial da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal), adverte sobre os cuidados necessários no período festivo. Muito se fala sobre as infecções sexualmente transmissíveis como HIV/AIDS, sífilis e hepatite C, que são transmitidas por relações sexuais sem proteção. Mas no período carnavalesco o perigo aumenta, levando em consideração que algumas pessoas insistem em adotar condutas consideradas de risco. Neste sentido, em toda e qualquer relação sexual deve-se usar o preservativo, seja ele masculino ou feminino. E atenção! Os testes rápidos de HIV, que são vendidos em farmácias, detectam a situação atual do indivíduo, mas existe um período chamado de janela de exposição que o exame pode deixar passar batido. O organismo leva em média quatro semanas para criar as células que combatem o HIV, e o indivíduo já pode estar infectado e transmitir a doença, mesmo que o resultado positivo não saia no exame. Logo, não dá para confiar em teste rápido para HIV e abrir a guarda para ter relação desprotegida. Lembre: É melhor prevenir do que remediar. Mas quem acha que é só se preocupar com a relação sexual, engana-se. Algumas infecções podem ser transmitidas pelo beijo e pelo contato mais próximo, e neste período que a interação entre as pessoas é maior, é comum o aumento dos casos de mononucleose, doença veiculada pela saliva, mais conhecida como “doença do beijo”. “A gente sabe que por volta de 15 dias após o Carnaval (que é o período de incubação), aumentam os quadros de amigdalite com faringite, gânglios cervicais aumentados ou inchados, fadiga e febre alta. São sintomas comuns da mononucleose”, explicou a infectologista do HEHA, Vânia Pires, presidente da Sociedade Alagoana de Medicina. Covid-19, influenza e demais doenças de transmissão respiratória também tendem a aumentar após períodos festivos. “Como é o primeiro Carnaval após a pandemia de Covid, vamos ver como o coronavírus irá se comportar após os intensos contatos que ocorrem no Carnaval. Quem não estiver com as quatro doses da vacina, é imprescindível atualizar o cartão”, aconselhou a médica Vânia Pires. Quem não gosta de folia e pretende viajar para fazer turismo ecológico ou rural também deve estar atento ao cartão de vacinação. “Algumas áreas são endêmicas para febre amarela e outras doenças comuns em floresta. As pessoas que irão viajar devem estar com a vacinação em dia para evitar contaminação”, concluiu Vânia Simões. Além das infecções que ocorrem por meio de contato pessoa a pessoa, também existe o risco de doenças infecciosas causadas por microrganismos presentes em bebidas e alimentos mal acondicionados, contaminados ou estragados. Bactérias como a salmonella e o vírus da hepatite A podem ser ingeridos na alimentação, gerando quadros de diarréia e outros sintomas. Portanto, cuidado com o que você consome. Até a monkeypox (varíola do macaco), em queda nos últimos meses, deve ser lembrada nas festas de Momo. Existe a preocupação, por parte dos infectologistas, que haja realimentação da cadeia epidemiológica do vírus em decorrência do aumento do contato físico entre as pessoas. Modos de prevenção Para as infecções sexualmente transmissíveis, o uso do preservativo é indispensável. “No caso da monkeypox, é importante observar a presença de lesões sugestivas da doença na pele do parceiro e evitar o contato íntimo com este indivíduo”, esclareceu o infectologista do HEHA, Fernando Maia. Ele destaca que as profilaxias pré e pós-exposição a vírus como o HIV (conhecidas como PREP e PEP) podem ser feitas no Hospital Escola Dr. Helvio Auto. A PREP é realizada antes de o indivíduo se expor a situação de risco em relação ao vírus. Já a PEP deve ser feita logo após situação de relação sexual desprotegida. Nesse caso, segundo o infectologista Fernando Maia, o período ideal para que a pessoa procure o hospital é de 2 horas após a relação, até no máximo 72 horas. “Temos que alertar que quanto mais tempo passar para se iniciar o protocolo de medicação, menor efetividade ela terá para impedir o desenvolvimento da infecção por HIV, portanto quanto antes, melhor”, esclarece ele. O Hospital Escola Dr. Helvio Auto funciona em regime de urgência e emergência 24 horas, na rua Cônego Fernando Lyra no Trapiche da Barra.
