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Nº 5759
Cidades

CAVALO-MARINHO NA ORLA GANHA PINTURA COM SÍMBOLOS DE MACEIÓ

Escultura resgata memória do antigo Iate Clube Alagoinhas e ganha cores e toques de arte contemporânea

Por Jamylle Bezerra | Edição do dia 18/02/2023 - Matéria atualizada em 18/02/2023 às 15h46

A artista visual Yara Pão estampou, com muita habilidade, a base branca da escultura de cavalo-marinho reinstalada na praia de Ponta Verde, em Maceió, no entorno do Marco dos Corais. Aos poucos, ela foi dando vida ao concreto, e ganhando cores, que podem ser conferidas por quem passeia pela região. A presença do cavalo-marinho, que já existiu no local e era uma referência ao antigo Alagoinha antes de ser derrubado pela maré, volta a ser um convite à visita à praia e a uma viagem pelo tempo, quando o clube dentro do mar reunia as famílias em bailes de Carnaval, festas de Réveillon, encontros, desfiles e outros eventos, desde a década de 1970 até os anos 2000. “O momento em que a Prefeitura de Maceió entrega a escultura é muito apropriado, não apenas por ser uma memória, mas porque a gente lembra do que ele representava para a sociedade e para os frequentadores, que eram as prévias e os bailes carnavalescos. Uma justa homenagem a uma peça que ficou esquecida no tempo e agora recebe esse toque de arte contemporânea, para reativar as recordações”, destaca o gerente da Zeladoria Municipal, Fábio Palmeira.

NOVAS HISTÓRIAS

O processo criativo para a pintura do cavalo-marinho pela artista Yara Pão passou também pela história antiga, mas conta novas narrativas, que quem chegar bem perto da escultura poderá enxergar. Ela afirma que se inspirou no tempo em que frequentou o iate clube, mesmo depois de abandonado, quando realizou pinturas nas ruínas, e também ouviu relatos da mãe e da avó, que foram frequentadoras do Alagoinha ainda em funcionamento. “O que me chamou atenção, além do fato de o cavalo-marinho estar presente em vários iates desse tipo, é a própria figura dele, porque faz parte de um gênero chamado hippocampus; hipo significa cavalo e campus significa monstro. Hipocampo é uma parte do nosso cérebro que é responsável pela memória, então o resgate do cavalo vem para isso também, para resgatar as memórias, a nossa identidade”, diz.

Na pintura, ela conta que transformou o cavalo em uma coletânea de signos que fazem referências à cidade. “Cada um vai interpretar de uma forma, mas implicitamente, se olhar mais de perto, existem algumas interpretações das vivências de Maceió. Se você olha com um olhar mais cuidadoso, tem a silhueta do Gogó da Ema, tem o Farol que fica ali pertinho, tem as folhagens, elementos aquáticos. É uma história contando a própria história”, pontuou.

*Com informações da assessoria

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