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COM QUADRA CHUVOSA, DEFESA CIVIL MONITORA ÁREAS DE RISCO EM MACEIÓ
Defesa Civil Estadual vai apresentar em 04 de abril o plano para o intenso período de chuvas

Em 2022, as chuvas causaram estragos em diversos municípios alagoanos. Em Maceió, a situação não foi diferente. No período mais intenso do ano, que é na quadra chuvosa, entre os meses de abril e julho, os temporais que atingiram a capital do estado provocaram danos à população.
De acordo com os dados divulgados pela Defesa Civil Municipal, durante a inundação que ocorreu em julho de 2022 foram mais de 6.000 desalojados e 4.000 desabrigados. Não houve registro de mortes na capital alagoana e isso se deve ao trabalho conjunto que os agentes públicos vem desenvolvendo no sentido preventivo.
Em Maceió, há mais de 500 áreas de risco, divididas em graus de pequeno, médio e alto risco. Os locais de maior alerta são os de alto risco onde há muitas encostas e ocupações irregulares.
Uma das ações mais eficazes, nessas localidades, é a aplicação de lona e, segundo o órgão municipal, não foram registradas ocorrências de deslizamentos em nenhuma das encostas em que foram aplicadas lonas em 2022. “Este ano iniciamos em janeiro e até o momento já são mais de 6.360m2 de lonas aplicadas em 22 pontos. Mas o trabalho continua até o início do período chuvoso”, disse o coordenador adjunto da Defesa Civil de Maceió, Geraldo Vasconcelos.
Outro aspecto importante na prevenção é a vistoria em imóveis que se encontram em áreas de risco. “Nossas equipes sempre estão realizando vistorias e mapeamentos para identificar possíveis riscos, além de atender os chamados da população. Em caso de risco iminente, realizamos a retirada da família do local e a diretoria social realiza os encaminhamentos para os benefícios eventuais, como o aluguel social ou para o programa de habitação, quando é o caso”, acrescentou o gestor.
Ainda de acordo com a Defesa Civil, o monitoramento meteorológico é ininterrupto. “Nosso Centro Integrado de Monitoramento acompanha as previsões e, quando precisa, emite os alertas para a população. Havendo a possibilidade de chuvas fortes, é enviado uma mensagem de texto para os números cadastrados no sistema e a pessoa recebe o aviso ou alerta, dependendo da previsão”, finalizou.
Para se cadastrar, basta enviar o CEP da residência para o número 40199 por SMS e automaticamente está cadastrado para receber as mensagens.
As ações preventivas e os planos para evitar tragédias em Alagoas estão sendo traçados pela Defesa Civil Estadual. De acordo com o coordenador do órgão, coronel Moisés Pereira, um encontro recente foi realizado com as equipes das defesas civis da região Sul do estado. Novas reuniões estão programadas.
“No próximo dia 16, estaremos com as equipes da região do Vale do Mundaú e em abril, no dia 04, a Defesa Civil Estadual vai apresentar o plano para a quadra chuvosa deste ano. Estamos orientando e em contato direto com as prefeituras e vamos cumprir todas as medidas programadas caso essa tempestade chegue a Alagoas”, colocou o coronel.
QUADRA CHUVOSA ANTECIPADA
A quadra chuvosa, que normalmente ocorre a partir da segunda quinzena do mês de abril, pode chegar antecipadamente em Alagoas, devido às mudanças climáticas que vêm sendo registradas. Esse é um alerta feito pelo meteorologista Vinícius Pinho da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos.
Pinho explica que as condições oceânicas e atmosféricas estão favoráveis a ocorrência de chuvas e por isso, existe a possibilidade do período chuvoso ser antecipado e já iniciar agora no mês de março.
“O Atlântico está mais aquecido que o normal próximo à Costa do Nordeste e isso favorece a ocorrência de chuvas na região, pois quanto mais aquecidas as águas próximas a costa do Nordeste, maior a evaporação e isso significa mais combustível pra formação de nuvens de chuva”, explicou.
Outro fator que permanece atuando é o La Nina que também favorece a ocorrência de chuvas na região Nordeste. Como a tendência é que o La Nina perca força nos próximos meses, pode ser que o período chuvoso antecipe mas também termine um pouco antes esse ano.
“As mudanças climáticas favorecem a ocorrência de extremos meteorológicos. Tanto que casos de enchentes, enxurradas e também de secas severas estão sendo cada vez mais comuns”, finalizou Pinho.