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ESPECIALISTA DESCARTA ATAQUES DE TUBARÃO EM PRAIAS DE ALAGOAS

Mesmo com ataques em Pernambuco, especialista diz ser improvável casos no estado devido a proteção costeira natural dos arrecifes

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O estado de Pernambuco registrou dois ataques de tubarão em menos de 48 horas na última semana. Os casos ocorreram na praia de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, na Grande Recife.

O Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (CEMIT) começou a documentar os ataques no estado desde 1992. Os números apontam que até a atualidade, já foram 77 ataques de tubarão registrados. Destes, 23 aconteceram na praia de Piedade.

Ainda de acordo com o levantamento, o trecho com maior registro de ataques na praia, e onde aconteceram os dois casos mais recentes – próximo à igrejinha de Piedade – está interditado pela prefeitura da cidade para banho de mar desde julho de 2021 por este motivo. A medida foi tomada depois de dois ataques de tubarão acontecerem em um espaço de 15 dias naquele mês.

Apesar de Alagoas ser um estado vizinho, os riscos de aparecimento de tubarão nas praias do estado são pequenos. De acordo com a bióloga Morgana Macedo, isto devido a um conjunto de fatores ambientais e de origem antrópica que são peculiares a região metropolitana do Recife.

“É muito improvável que esses ataques passem a ocorrer na Costa Alagoana, principalmente devido a proteção costeira natural promovida por nossas ricas regiões recifais. Além disso, seriam necessárias grandes alterações ambientais e ainda assim, não temos canais tão profundos próximos a locais com intenso fluxo de banhistas, como ocorre lá. A população pode ficar tranquila quanto a migração de espécies de Recife para Maceió. Isso não existe. Até porque elas sempre estiveram aqui”, disse a bióloga.

Morgana Macedo explica ainda que a presença de tubarões nas praias de Recife está atrelada a um conjunto de fatores que incluem poluição ambiental, degradação de manguezais e áreas estuarinas, obstrução de rios importantes para a manutenção do equilíbrio ecológico na região.

“A presença de navios no Porto de Suape também é um fator a ser mencionado. Eles atraem tubarões de áreas profundas para áreas próximas às praias, Outro aspecto é a presença de correntes marinhas e de um canal submarino profundo que passa bem próximo as praias onde os incidentes ocorrem”, enumerou Morgana Macedo.

As espécies comuns na região de Recife são as mesmas que ocorrem ao longo de toda a Costa Nordestina, incluindo Alagoas. Dentre essas espécies, estão o tubarão Cabeça Chata (Carcharhinus leucas) e o tubarão Tigre (Galeocerdo cuvier), comumente envolvidos nos incidentes com tubarões. “Apesar disso, em nosso litoral esses incidentes não acontecem! Uma prova de que a região Metropolitana de Recife reúne uma série de condições para que esses ataques ocorram”, completou.

Ela alerta que estudos científicos indicam que o período chuvoso é mais propenso ao aparecimento de tubarões que utilizam a zona costeira como área de reprodução e alimentação. No entanto, como a quantidade de banhistas e surfistas é maior durante o período seco, a incidência de ataques acaba sendo maior nessas épocas do ano.

Por este motivo, segue o alerta da bióloga. Os banhistas precisam ficar atentos às placas de sinalização para evitar esses incidentes. “A temática de tubarão no estado de Pernambuco precisa ser encarada por várias mãos, inclusive pela população. Há sinalização por toda a orla e a população precisa respeitar. Mas, na maioria das vezes a população ignora os avisos e entra no mar. Além da depredação sofrida pelas placas. Segundo dados do CEMIT, mais de 50 placas precisaram ser trocadas somente este ano”, finalizou.

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