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Nº 5822
Cidades

“Se a gente falar quem fez isso morre”

O assassinato do morador de rua e lavador de carros Luiz Carlos causou pânico no grupo de pessoas que passa a noite na Praça da Faculdade. São cinco ou seis famílias que passam o dia na mendicância ou tomando conta e lavando carros no Centro da cidade e,

Por | Edição do dia 22/01/2005 - Matéria atualizada em 22/01/2005 às 00h00

O assassinato do morador de rua e lavador de carros Luiz Carlos causou pânico no grupo de pessoas que passa a noite na Praça da Faculdade. São cinco ou seis famílias que passam o dia na mendicância ou tomando conta e lavando carros no Centro da cidade e, durante a noite, dormem embaixo das árvores do local. Manoel da Silva, 41, declarou-se assustado com o seqüestro e assassinato do rapaz. Ele garantiu não ser um fato incomum. Mas disse que nunca havia assistido uma pessoa ser arrastada, torturada e assassinada. “Acontece sempre com meninos de rua, porque eles procuram confusão com gente grande. Mas nós não; os moradores de rua querem somente sobreviver, dormir e ver amanhecer o dia”, admitiu ele. Colegas de Luiz Carlos, jovens entre 19 e 21 anos, que também têm esposas e dormem na Praça da Faculdade, protestavam, na manhã de ontem, no IML. “Vocês sabem que ninguém pode falar quem fez isso. Se falar, morre. Quem quer morrer? Acho que todo mundo aqui na praça sabe. Só que não vai se meter. Fazer o que eles fizeram, somente com costas quentes. Um coitadinho que nem nós não faz uma barbaridade daquelas”, afirmou um rapaz, advertindo que “tem gente que paga segurança para torturar e matar meninos e moradores de rua. Não me pergunte quem ou por quê”, concluiu ele. (EF)

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