As propostas para melhorias no tráfego no Corredor Vera Arruda, em Maceió, apresentadas à imprensa, nessa quinta-feira (23), pela Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT), incluem a implantação de uma travessia elevada, com fluxo específico de horários para veículos e instalação de dispositivos de segurança e monitoramento, como os pistões hidráulicos. As sugestões se baseiam em um estudo prévio e técnico da mobilidade da cidade. No bairro de Jatiúca, por exemplo, onde está situado o Vera Arruda, com extensão de 1,2 km, o levantamento aponta uma malha viária simples voltada para a habitação horizontal, ruas estreitas e sem saídas, vias desconexas entre si, verticalização das moradias, além de crescimento de estabelecimentos comerciais, empresariais, médicos e escolas. Quando se falou em travessia elevada, o órgão prevê a instalação deste mecanismo entre os giradores do corredor. A ideia é abrir duas vias, das 15 existentes na área, para o tráfego de veículos motorizados. Nestes pontos, seriam implantadas quatro passagens elevadas, com 336m², o que representaria 0,80% da área de convívio do corredor (menos de 1%, como os técnicos destacaram). O tráfego de veículos ocorreria das 7h às 19h, em dias úteis, com a utilização de semáforos que ficarão na cor verde durante todo período. E estaria proibido aos sábados, domingos e feriados, assim como nos dias úteis, das 19h às 7h. Para vigiar este fluxo no local, a SMTT indica que utilizará pistões hidráulicos (para serem utilizados nas passagens elevadas), além de câmeras com sistema OCR (tecnologia que converte diversos documentos, como papéis escaneados, arquivos em PDF e imagens capturadas com câmera digital, como placas de veículos, em dados possíveis de serem pesquisados e editados) e semáforos. Em Maceió, há uma travessia elevada na Rua Cincinato Pinto, no Centro. A pasta utilizou este ponto como exemplo de sucesso, que não há registros estatísticos de acidentes envolvendo atropelamento de pedestres. Outra ideia é criar rotas Norte/Sul e Sul Norte a partir da intervenção proposta. Seriam conexões da Rua Carlos Gomes da Silva com Rua Olinda Campos Teixeira, Rua Raphael Perreli com Rua Dra. Rosa Cabús, Rua Industrial José Otávio Moreira com Rua Cônego Antônio Firmino Vasconcelos e Rua Gen. Newton de Andrade Cavalcante. A SMTT pensa que, após a implantação da passagem elevada, haja uma redução do volume de veículos nos corredores de transporte em até 50%. No horário de pico, por exemplo, cerca de 3 mil veículos passam pela Avenida Álvaro Otacílio. Se a mudança for implementada, o fluxo pode cair pela metade. O titular da pasta, André Costa, defendeu que a proposta - que está em processo de consulta pública - irá aliviar o trânsito na região. Ele afirma que o órgão trabalha com um conjunto de soluções para ajudar na fluidez do trânsito, principalmente na parte baixa, para, assim, reduzir tempo de viagem de milhares de pessoas que precisam do transporte coletivo e destacou que 'ninguém quer acabar com o Vera Arruda', e, sim, melhorar o tráfego do transporte na capital. “A prefeitura já investiu em mobilidade e vem investindo no transporte coletivo. Não adianta só fazer espaços caminháveis, se o transporte não chega nesses locais. As pessoas que hoje utilizam o Vera Arruda vão continuar utilizando da mesma forma. Mais de 90% das pessoas que utilizam local, utilizam no horário noturno, e, nesse horário, vão encontrar o Vera Arruda fechado para o fluxo de veículos, conforme é a nossa proposta”, disse. O superintendente reforçou que a abertura do Vera Arruda ainda é discutida com moradores da região e com especialistas, por isso, não é dada como certa no momento. O órgão, inclusive, está se aperfeiçoando no projeto, para depois encerrar a consulta pública e colocar em prática a obra, que também é discutida com equipes da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminfra). A ideia é de que apenas carros de passeios trafeguem nas novas vias. "Nos últimos dez anos, a quantidade de veículos em Maceió aumentou 58%. A gente acredita que vai continuar aumentando. E se a gente não fizer isso, como vai estar em cinco anos? Pois os veículos não vão parar de crescer”, finalizou Costa.