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Nº 5824
Cidades

Pais de estudante assassinado encontram transplantados e incentivam doa��o

FÁBIA ASSUMPÇÃO Tanízio e Simone Sampaio, pais do estudante Israel Franco Sampaio – morto aos 21 anos na madrugada do último dia 9, na porta da casa de shows Marquês D’Latravéia, em Jaraguá, com tiro que teria sido disparado pelo lutador de jiu-jítsu Die

Por | Edição do dia 22/01/2005 - Matéria atualizada em 22/01/2005 às 00h00

FÁBIA ASSUMPÇÃO Tanízio e Simone Sampaio, pais do estudante Israel Franco Sampaio – morto aos 21 anos na madrugada do último dia 9, na porta da casa de shows Marquês D’Latravéia, em Jaraguá, com tiro que teria sido disparado pelo lutador de jiu-jítsu Diego Ramirez, 25 – tiveram ontem um encontro com dois dos pacientes que receberam órgãos de seu filho. Foram os próprios pais de Israel que insistiram em conhecer as pessoas que receberam os órgãos do filho. “Nosso objetivo com essa visita foi tirar essa idéia de que fazer a doação de órgãos é um trauma. Queremos multiplicar essa idéia para que as pessoas não sintam dificuldades em doar órgãos”, disse Tanízio. Os pais de Israel fizeram questão de deixar de lado a tristeza no momento do encontro com dois dos quatro receptores dos órgãos. Eles se encontraram primeiro com Laércio Carneiro de Almeida, 52, que recebeu um dos rins de Israel. Depois, com Fernando de Almeida e Silva, que recebeu o coração do estudante. Simone e Tanízio disseram que pretendem estabelecer uma relação de amizade com os receptores dos órgãos do filho, se eles também quiserem. “Também estamos à disposição para ajudar essas pessoas, porque agora elas também fazem parte de nossa família”. O próprio Israel, numa carta deixada em sua agenda, revelou o desejo de que todos os seus órgãos fossem doados quando morresse. E mesmo num momento de dor, a família realizou seu desejo. O segundo rim de Israel foi transplantado em Maria Miguel do Santos, 49, de União dos Palmares, operada no Hospital do Açúcar. A única córnea do estudante transplantada foi doada à menina Stephany Nascimento, 2, que já recebeu alta do Hospital Universitário. O cardiologista Alfredo Aurélio, que acompanha Fernando de Almeida e Silva, disse que na Lei de Transplante não há numa restrição de que os parentes do doador conheçam quem recebeu os órgãos. E muitas vezes é preferível que isso não ocorra. “Muitas famílias não querem saber quem recebeu os órgãos”. Mas não houve nenhuma restrição do hospital a que os pais de Israel conhecessem quem recebeu os órgãos do filho. “São pessoas esclarecidas, por isso não há nenhum problema”. O cardiologista afirmou que a evolução do paciente está dentro dos padrões convencionais. Dependendo do resultado de uma biópsia realizada esta semana – para observar o quadro de rejeição ao novo coração – ele pode receber alta do hospital na segunda ou terça-feira da próxima semana.

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