Consumo
ALAGOANOS ADEREM AOS UTRAPROSSESSADOS PARA ECONOMIZAR
Preço alto das das carnes faz consumidores do estado buscarem outros tipos de alimentos para poder fechar as contas no fim do mês


A diarista Vanuzia de Lima Souza, de 40 anos, afirma que não consegue mais comprar carne bovina nem frango no mercado. Quando come frango, é na forma de steaks de frango empanados, que são mais baratos. Também come salsicha no dia a dia. A realidade dela é a mesma que a de muitos alagoanos que estão sentindo na pele o aumento dos preços, trocando itens no mercado para conseguir comprar a alimentação para a família. “Não posso dizer que eu coma bem. Como esses ultraprocessados, como steak de frango, que não é saudável. Além disso, parei de comprar legumes e verduras. Preciso de alimentos que durem o mês, senão eu vou gastar demais e vai durar pouco. Posso gastar no máximo R$ 150, R$ 200 por mês com alimentação”, disse Souza. Assim como Vanuzia, a dona de casa Marineide Godoi, de 42 anos, está sentindo na pele o aumento dos preços. Ela deixou de comprar carne para fazer hambúrguer caseiro e agora só compra hambúrgueres congelados, e também diminuiu muito o consumo de frango. “No almoço, tento comer de forma mais saudável e, no jantar, como lanches ou congelados”, falou. Na última semana, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que em fevereiro houve uma queda no preço das carnes vermelhas de 1,63%. Porém, para muitos alagoanos, a baixa ainda não foi o suficiente. A aposentada Lindinalva Fidelis, de 68 anos, este ano precisou voltar aos alimentos ultraprocessados para colocar comida na mesa. “Antes eu comprava filé de frango. Agora, quando compro, é só o frango inteiro, porque sai mais barato e invento outras receitas para usar todas as partes”, afirmou O economista Lucas Sorgato afirma que as famílias mudam o padrão de compra por alguns motivos e os principais são os preços dos produtos, o que está ligado à inflação e a renda. Ele também diz que, atualmente, muitas famílias estão endividadas. E que aumentou muito o custo da moradia, água e luz, por isso, muitas famílias estão economizando na alimentação e em outros itens. “No setor alimentício, a inflação teve, nos últimos 4 anos, um aumento grande, principalmente no valor do arroz e carne. A renda também teve uma baixa, com o desemprego”, reforçou. “A troca de carne para ultraprocessados mostra a mudança de consumo. Se uma pessoa não baixar o valor do aluguel, por exemplo, vai diminuir no consumo de frango e carne, para empanados”, explicou.
