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Nº 5822
Cidades

Presos se rebelam e fazem ref�m em Arapiraca

MAIKEL MARQUES Sucursal Arapiraca – Onze detentos confinados em cela especial e isolados dos outros 242  que cumprem pena no Presídio  de Segurança Média de Arapiraca aproveitaram-se de um descuido no esquema de segurança  interna, fizeram refém um  age

Por | Edição do dia 26/01/2005 - Matéria atualizada em 26/01/2005 às 00h00

MAIKEL MARQUES Sucursal Arapiraca – Onze detentos confinados em cela especial e isolados dos outros 242  que cumprem pena no Presídio  de Segurança Média de Arapiraca aproveitaram-se de um descuido no esquema de segurança  interna, fizeram refém um  agente penitenciário e conseguiram provocar uma das maiores rebeliões do único presídio  do interior de Alagoas. Os amotinados exigiam melhores condições de vida no cárcere e denunciaram supostos maus-tratos que teriam sido praticados por agentes encapuzados. O motim começou às 23h30 da última segunda-feira, quando um dos presos se fingiu de doente e pediu ajuda para receber atendimento médico. Destacado para averiguar o pedido, o agente Albiran Ribeiro da Silva teria se descuidado de sua segurança quando abria a porta da cela onde estavam os 11 detentos. Eles tomaram o revólver do agente e o puxaram para dentro da cela, de onde o levaram para o pavilhão número 1. Quebradeira Os amotinados uniram forças com outros 60 presidiários e deram início à rebelião, ateando fogo a colchões e quebrando paredes de celas. Os agentes penitenciários tentaram resolver o impasse durante a madrugada, mas os detentos se mostravam irredutíveis. Eles condicionavam a libertação do refém à saída do diretor do presídio, capitão José Maria, e de seu principal auxiliar e diretor de disciplina, o sargento Edson Moreira, responsável pelos agentes penitenciários que cuidam da segurança interna. O Centro de Gerenciamento de Crises e Direitos Humanos da PM assumiu as negociações. Representantes da Secretaria de Ressocialização, do Poder Judiciário e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) ouviram dos reeducandos que o motim era reflexo de três decisões administrativas: o castigo imposto a detentos sem justa causa, a suspensão das visitas dominicais e os supostos maus-tratos provocados por agentes penitenciários. Porrete “A humilhação é absurda. Eles [os agentes penitenciários] não nos tratam como seres humanos. Há um agente que utiliza um porrete com a inscrição ‘Direitos Humanos’ para nos agredir. Isso é um absurdo”, denunciou o preso Clerisvan Menezes dos Santos. “Eu já apanhei dos agentes. Isso não pode continuar. Quero garantir minha integridade física”, afirmou Francisco Pereira da Silva. “Fui para o castigo sem ter feito nada”, denunciou José Cícero Gomes da Silva. O motim só chegou ao fim com a garantia do coronel James Pinto Amorim, da Secretaria de Ressocialização, de que o sargento Edson Moreira (diretor de disciplina) seria substituído. Às 11 horas, os detentos libertaram o refém Albiran Ribeiro Silva, que havia sido ferido com um tiro de revólver na perna. O disparo teria sido efetuado por outro agente penitenciário.

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