MORADORES DO BOM PARTO TEMEM NOVAS INUNDAÇÕES APÓS CHUVAS
Quem reside no ‘Beco do Diazepam’ aguarda soluções do poder público municipal
Por ROGÉRIO COSTA | Edição do dia 12/04/2023 - Matéria atualizada em 12/04/2023 às 11h01
Os moradores da localidade conhecida como “Beco do Diazepam”, no bairro do Bom Parto, em Maceió, se mostram preocupados com a proximidade da temida quadra chuvosa e do período de inverno. Segundo eles, o local enche de água mesmo quando não chove em quantidade considerável, o que acaba tirando o sono da comunidade. Tendo ao fundo a lagoa Mundaú, os moradores convivem com o mesmo problema todos os anos e reclamam que, até hoje, ninguém ofereceu solução para a situação. Edmundo Leite é morador da Rua do Campo, próxima ao beco, há mais de 50 anos. Ele afirma que o local é problemático e que as pessoas permanecem na localidade porque não tem para onde ir.
“Basta chover que a água toda vem para cá. A água chega na esquina do Gil e até no campo de futebol. Todo mundo tem medo, mas não tem alternativa. Aqui todo mundo enfrenta o mesmo problema e ninguém chegou para resolver a situação. Agora que construíram um monte de barracos na beira da lagoa, quando enche, todos saem, quando a água baixa, todo mundo volta”, disse.
Josefa Veríssimo da Silva é moradora da Rua São Sebastião. Ela afirma que, se tivesse uma melhor condição financeira, já teria deixado o local há muito tempo. “Na última cheia, eu perdi tudo que tinha na minha casa e apareceu uma rachadura na parede. Já procurei a Defesa Civil, me falaram que iam resolver a situação e até agora nada. Quem mora aqui embaixo, todo mundo sofre com a subida da água durante as chuvas. Várias pessoas enfrentam o mesmo problema. Nós estamos sofrendo e queremos providências faz tempo”, disse a moradora. Vivendo a mesma situação, a moradora Maria Luísa da Silva afirma estar com medo de novos alagamentos com a proximidade das chuvas. “Eu não tenho para onde ir, vivo de bolsa família e moro há cinco anos aqui com meus filhos. O problema já existia quando eu vim morar, sinal de que nunca olharam para nós. O que eu tenho dentro de casa veio de doações, eu perdi tudo na última cheia que aconteceu. Tenho minhas crianças, e um dos meus filhos teve leptospirose, mas, graças a Deus, não morreu”, citou Josefa. A reportagem procurou o coordenador da Defesa Civil Municipal de Maceió, Abelardo Moura, e aguarda uma posição do órgão em relação aos problemas enfrentados pela população residente na localidade e sobre quais as soluções que podem ser oferecidas pelo poder público municipal à comunidade.