Soldado PM � condenado a 9 anos por assalto
CARLA SERQUEIRA O juiz Hélder Costa Loureiro, da 4ª Vara Criminal, condenou a nove anos e quatro meses de prisão, em regime fechado no presídio Baldomero Cavalcanti, o soldado da Polícia Militar Ademilson José de Souza Melo, pelo assalto à mão armada de
Por | Edição do dia 28/01/2005 - Matéria atualizada em 28/01/2005 às 00h00
CARLA SERQUEIRA O juiz Hélder Costa Loureiro, da 4ª Vara Criminal, condenou a nove anos e quatro meses de prisão, em regime fechado no presídio Baldomero Cavalcanti, o soldado da Polícia Militar Ademilson José de Souza Melo, pelo assalto à mão armada de R$ 220 mil contra a representante de vendas do cimento Zebu em Alagoas, Alda Lopes, em março de 2003. O crime ocorreu na rua Antônio Procópio, no Farol, quando a vítima deixava o trabalho na companhia de seu filho, Thiago Lopes, por volta das 15h, e foi abordada por dois homens armados com uma pistola e um revólver calibre 38. Ademilson José e seu comparsa fugiram em alta velocidade, levando o dinheiro e o carro da vítima, uma caminhonete Toyota Hilux. Enquanto rendiam Alda Lopes, os bandidos deflagraram quatro tiros para inibir a reação de Thiago Lopes, que saiu em defesa da mãe, quando os assaltantes atacaram a vítima, arrancando-lhe sua bolsa. Nas imediações do Distrito Industrial, no Tabuleiro do Martins, o carro foi abandonado pelos bandidos, que em seguida fugiram num táxi. Ao presenciarem a fuga dos assaltantes, populares acionaram a Delegacia de Roubos e Furtos e denunciaram o fato. Quando chegaram no local, os policiais revistaram o carro e encontraram um celular Nokia, com a identificação Souza e com várias ligações efetuadas e recebidas por policiais militares. O caso chamou a atenção e foi encaminhado para o Serviço de Inteligência da Polícia Militar para ser investigado. Lentidão Segundo o juiz Hélder Costa Loureiro, a demora no julgamento do processo se deu pela dificuldade de ouvir as testemunhas de defesa. A advogada do acusado apresentou testemunhas que moram em Garanhuns; isso dificultou o processo e acarretou demora na decisão, explicou o juiz, que apontou ainda como fator dificultante a grande quantidade de processos esperando julgamento na Vara pela qual responde. A advogada do soldado Ademilson José, Bela Mary Any Vieira Alves, informou que vai recorrer da decisão. O juiz deu praticamente a pena máxima, que nesses casos é de 10 anos. Meu cliente é réu primário, possui bons antecedentes, residência fixa e trabalho determinado [lotado na Delegacia de Flexeiras]. Não pode pegar quase dez anos por um roubo simples, afirmou. Gangue fardada O juiz que condenou Ademilson José, Hélder Loureiro, afirmou que foi um crime planejado por uma quadrilha da PM. Tudo indica que há um sargento envolvido. O nome dele não veio à tona oficialmente. Há testemunhas, mas todas temem denunciar para não sofrer represálias dentro da polícia, declarou o juiz. Hélder Loureiro classificou ainda a advogada do policial condenado de vulgar. Essa advogada não merece nenhuma credibilidade. Foi envolvida com a gangue fardada. Ela tem cobertura de policiais. É uma mulher vulgar, a palavra é essa. A advogada Bela Mary Any disse que já entrou com recurso no Ministério Público. O juiz usou um agravante que não procede. Ele disse que Ademilson agiu na companhia de outra pessoa, mas não conseguiu provar. Ademilson José está detido no presídio da PM e deve ser transferido em breve para o Baldomero Cavalcanti.