Ato pede puni��o para acusado de matar Israel
FÁBIA ASSUMPÇÃO Uma manifestação que reuniu, ontem pela manhã, parentes e amigos do estudante Israel Sampaio, 21, assassinado com um tiro na cabeça no dia 9 de janeiro, exigiu pressa no processo de julgamento do principal acusado da autoria do crime, o l
Por | Edição do dia 29/01/2005 - Matéria atualizada em 29/01/2005 às 00h00
FÁBIA ASSUMPÇÃO Uma manifestação que reuniu, ontem pela manhã, parentes e amigos do estudante Israel Sampaio, 21, assassinado com um tiro na cabeça no dia 9 de janeiro, exigiu pressa no processo de julgamento do principal acusado da autoria do crime, o lutador de jiu-jítsu Diego Ramirez. A caminhada partiu do Cepa, no Farol e foi até o bairro de Jaraguá. Simone e Tanízio Sampaio, pais de Israel, não conseguiram conter a emoção durante a colocação de flores no local onde Israel morreu, após ser atingido por uma bala perdida. No exato local entre as escadarias do prédio da Administração do Porto ainda havia marcas de sangue. Ali, seus amigos depositaram flores e, de mãos dadas, rezaram um pai-nosso e pediram um basta à violência entre jovens. A caminhada contra a violência reuniu cerca de 100 pessoas, a maioria parentes e amigos do estudante. Elas saíram do Cepa e fizeram uma rápida parada em frente ao prédio do Ministério Público, onde seria realizada uma reunião entre promotores, representantes da Secretaria de Defesa Social, Polícia Militar e OAB para discutir ações de combate à violência nas casas noturnas. A reunião foi adiada e a nova data ainda não foi definida (leia matéria abaixo). A mãe do estudante Felipe Vasconcelos, Mônica Vasconcelos, foi a única parente de vítimas de violência que compareceu à caminhada. Ela afirmou que a brutalidade e a falta de sensibilidade está em todas as partes, nas filas dos bancos, nas ruas, no trânsito. Mas o que está acontecendo entre os jovens de Maceió hoje se trata de crime. Daí a necessidade da participação da família para orientar os filhos, afirmou . Nas camisas brancas, com o retrato de Israel, vestidas por todos que participavam da caminhada, havia nas costas um chamamento para a importância da doação de órgãos; Deixei a vida salvando vidas. Doe órgãos. Doação de órgãos A mãe de Israel, Simone Sampaio, disse que, mais do que um ato contra a violência, a caminhada também servia para alertar as pessoas sobre a importância da doação de órgãos. Ela salientou que, pelo fato de o filho ser uma pessoa muito consciente, ele próprio deixou escrito a vontade de doar seus órgãos quando morresse. Mesmo passando por esse momento de dor, é possível dar alegria às famílias que se encontram com pessoas doentes e que precisam desses órgãos para viver. Israel deixou registrada em sua agenda a vontade de doar os órgãos. Depois de sua morte, a família atendeu ao pedido e doou seu coração, os rins e as córneas. Se tivesse polícia Tanízio Sampaio disse que os jovens têm o direito de se divertir. E acredita que a ausência do poder público também é responsável pela onda de violência na cidade. Se houvesse pelo menos uma viatura em frente a essas casas noturnas, isso poderia intimidar a quem pensa em praticar esse tipo de coisa. A violência assusta os próprios jovens, como Wilson Gama, 21, amigo de Israel. Ele disse que depois do que aconteceu com o amigo, está com medo de sair à noite. Não consigo sair mais de casa. Eu ouvia falar de violência, só que dessa vez ela chegou bem perto de mim. Eu poderia estar no lugar de Israel. O principal suspeito do crime, Diego Ramirez que pretendia matar na verdade outro amigo de Israel está preso no Presídio Cirydião Durval, onde deverá ficar até o julgamento.