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Nº 5822
Cidades

Situa��o � prec�ria nos assentamentos

FERNANDO COELHO A dimensão social da reforma agrária pode ter conseqüências positivas para a economia regional. Desde a inclusão de agricultores antes excluídos do circuito econômico até a geração de novos empregos diretos e indiretos nos assentamentos.

Por | Edição do dia 30/01/2005 - Matéria atualizada em 30/01/2005 às 00h00

FERNANDO COELHO A dimensão social da reforma agrária pode ter conseqüências positivas para a economia regional. Desde a inclusão de agricultores antes excluídos do circuito econômico até a geração de novos empregos diretos e indiretos nos assentamentos. Segundo os dados do Ministério do Desenvolvimento Agrário, a agricultura familiar corresponde a 84% dos estabelecimentos, ocupa 77% da mão-de-obra do campo e é responsável por cerca de 38% do valor bruto da produção agropecuária nacional. Como esses valores não contabilizam a produção atual dos assentamentos, o governo espera uma mudança radical no perfil fundiário brasileiro, a partir da implantação das novas políticas agrárias. Enquanto as transformações não chegam, em Alagoas a situação dos assentamentos ainda é precária. Neles, as famílias demitidas e enxotadas pelas usinas de cana-de-açúcar conseguiram a terra, mas amargam uma longa espera por recursos e assistência técnica. “A maioria dos assentamentos não tem infra-estrutura. Faltam estradas para o escoamento da produção, água para consumo humano, escolas e assistência médica. Sem contar a burocracia para liberação de crédito pelos bancos. Nosso único ganho foi a eletrificação rural com o projeto Luz do Campo”, considera Carlos Lima, da Comissão Pastoral da Terra – CPT. A pastoral coordena atividades em cinco assentamentos, com cerca de 400 famílias; e em mais onze acampamentos com 1.200 famílias. Em 2004, apenas um deles foi assentado, na região de Água Branca. A CPT atua em Alagoas há 22 anos e começou suas atividades auxiliando na luta pelos direitos dos trabalhadores rurais. A partir de 1996, ingressou com mais força nas questões da reforma agrária. Das seis mil famílias assentadas em Alagoas, metade é coordenada pelo MST. São 28 assentamentos, dos quais 18 contam com uma tímida assistência independente gerenciada pelo movimento. “Tem assentamento que ainda não recebeu um centavo do governo federal”, revela José Roberto, coordenador do MST. Mais seis mil famílias acampadas completam a legião dos trabalhadores sem-terra do movimento.

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