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Nº 5822
Cidades

Crime no tr�nsito: impunidade e imprud�ncia

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Por | Edição do dia 30/01/2005 - Matéria atualizada em 30/01/2005 às 00h00

CARLA SERQUEIRA O Departamento de Juizado do Detran divulgou que estão em curso hoje cerca de 1.160 processos contra motoristas que cometeram crimes no trânsito. No entanto, na maioria dos casos, os infratores condenados à prisão são privilegiados pelo Código Nacional de Trânsito, podendo optar por penas alternativas, culminando com pagamento de multas. Em dezembro de 2001, o juiz Jesus Wilson Raphael da Silva dirigia seu carro acima da velocidade permitida e, segundo testemunhas, estava embriagado quando atropelou e matou Juliana Silva Souza, de 15 anos, que andava na calçada. A vítima foi jogada a nove metros de distância e o veículo parou 60 metros após o choque. O juiz se recusou a fazer o teste do bafômetro e apenas no final do ano passado recebeu a condenação do Pleno Tribunal de Justiça de Alagoas: detenção de 2 anos, 9 meses e 10 dias e suspensão da carteira de motorista por seis meses. No entanto, o juiz nunca foi preso. A lei permite que os condenados à prisão por um período menor que quatro anos paguem fiança como pena alternativa. O outro lado da moeda também é assustador: a imprudência dos pedestres. Segundo dados do Detran, 67,6% das causas de atropelamento no período de janeiro a setembro de 2004, em Maceió, ocorreram devido à falta de atenção, desrespeito à sinalização e embriaguez. Para o psicólogo e coordenador de educação no trânsito da Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito, Sebastião Canuto, o trânsito é o espelho da sociedade. “Composto por passageiros, pedestres, motoristas, ciclistas e motociclistas, o trânsito tem a sua segurança determinada pela forma como cada um cumpre seu papel”, analisou Canuto. A psicóloga da Coordenadoria de Educação para o Trânsito  do Detran, Walquíria Amorim, enfatiza que a maioria das cidades brasileiras é estruturada  para favorecer apenas a circulação dos veículos. Ausência de  calçadas, carência de passarelas e desrespeito às normas de trânsito prejudicam o deslocamento dos pedestres. “As principais causas de atropelamento são o comportamento humano e as condições da via e do veículo. As falhas humanas representam 90% dos acidentes”.

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