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Nº 5822
Cidades

Atravessar rua em Macei� � um risco

CARLA SERQUEIRA Atravessar certas ruas ou avenidas em Maceió hoje em dia é um risco. A má sinalização, a falta de educação no trânsito e a impunidade quanto aos crimes relativos a mortes e atropelamentos nas vias urbanas são fatores que colaboram com os

Por | Edição do dia 30/01/2005 - Matéria atualizada em 30/01/2005 às 00h00

CARLA SERQUEIRA Atravessar certas ruas ou avenidas em Maceió hoje em dia é um risco. A má sinalização, a falta de educação no trânsito e a impunidade quanto aos crimes relativos a mortes e atropelamentos nas vias urbanas são fatores que colaboram com os índices alarmantes de violência no trânsito da capital. Até o dia 27 de janeiro, quinta-feira passada, de acordo com números do Corpo de Bombeiros, foram registrados 27 atropelamentos, exatamente a média de um por dia, apenas em Maceió. Com uma precária infra-estrutura reservada para os pedestres, Maceió é destaque numa das mais importantes pesquisas realizadas sobre trânsito no País. Em 2003, o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), desvendou em números uma realidade que mata diariamente nas ruas do Brasil milhares de pessoas. Analisando a proporção entre habitantes, frota de veículos e acidentes fatais, a capital alagoana impressiona. Comparando os números de Natal (RN), usando média proporcional entre habitantes e carros, o número de vítimas fatais no trânsito em Maceió chega a ser o dobro em relação à capital potiguar. Em comparação com Aracaju, capital de Sergipe, o número de acidentes fatais em Maceió é cinco vezes maior. Os dados da Unidade de Emergência Armando Lages são ainda mais assustadores. No ano passado, 3.585 pessoas foram atendidas vítimas de trânsito no Estado, sendo 1.604 por atropelamento – 1.304 na capital e 300 no interior. Praticamente a mesma quantidade de vítimas por colisão, que foi de 1.659, com um total de 1.345 em Maceió e 315 nos demais municípios. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) – do governo federal e operado no Estado pelo Corpo de Bombeiros – registrou no ano passado um total de 19.070 atendimentos, dos quais 29% foram vítimas de atropelamentos, só na área metropolitana de Maceió. As avenidas Fernandes Lima, Durval de Góes Monteiro, Menino Marcelo, Via Expressa e Assis Chateaubriand, de acordo com mapeamento do Corpo de Bombeiros, continuam sendo as campeãs em atropelamentos. Apesar das passarelas construídas nas avenidas Fernandes Lima e Durval de Góes Monteiro, os pedestres preferem optar pelo risco. “Quando atravessamos pela pista, ganhamos mais tempo. Eu sei que estou correndo perigo. Tenho medo, mas arrisco para chegar mais depressa ao trabalho”, confessa a secretária Edna Carvalho, de 50 anos. Mesmo usando o sinal para atravessar a Avenida Fernandes Lima, pedestres continuam correndo risco de atropelamento. Em frente à Caixa Econômica Federal, no Farol, o tempo em que os sinais das duas vias permanecem abertos para os pedestres não é suficiente para a travessia com segurança. “É muito difícil atravessar neste sinal. Ele abre e fecha muito rápido. Toda vez tenho que correr  para não ser atropelado”, disse  Luciano da Mota, 26 anos, webdesigner. O coordenador-geral do Samu, Ernan Albuquerque, aponta ainda como pontos críticos para o trânsito de pedestres as travessias no elevado do Jacintinho, próximo ao supermercado Santa Helena, e a orla lagunar, no Dique Estrada, tendo em vista a concentração de favelas e o grande número de crianças transitando. O superintendente municipal de Transporte e Trânsito, Leonardo Loureiro, reconhece que existem falhas na segurança para os pedestres que transitam em Maceió. “Há muitas faixas apagadas. Estamos fazendo um levantamento de toda a sinalização, fazer manutenção e estudar a necessidade de instalar outros sinais”, garantiu. Continua na página E7

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