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Nº 5822
Cidades

�nibus coruj�o: os peregrinos da madrugada

FERNANDO COELHO Se durante o dia a rotina em andar nos ônibus urbanos é desagradável e complicada – em função da extrema lotação, dos freqüentes atrasos e da ousada ação criminosa –, na madrugada, para aqueles que dependem do chamado corujão, curiosament

Por | Edição do dia 30/01/2005 - Matéria atualizada em 30/01/2005 às 00h00

FERNANDO COELHO Se durante o dia a rotina em andar nos ônibus urbanos é desagradável e complicada – em função da extrema lotação, dos freqüentes atrasos e da ousada ação criminosa –, na madrugada, para aqueles que dependem do chamado corujão, curiosamente, a situação parece um tanto mais confortável. Tripulantes e passageiros são unânimes em apontar exclusivamente a falta de segurança como a principal deficiência. Pontuais e geralmente vazios, os ônibus que circulam em longos itinerários madrugada adentro levam trabalhadores da noite, boêmios inveterados e anônimos ocasionais, além de carregar, em seus corredores, histórias e personagens no mínimo pitorescos. O serviço constitui peça fundamental na estrutura da cidade e vai além da preponderante função transportadora. Ali, em meio a rostos cansados, bocejos constantes e breves cochilos, ocorrem relevantes demonstrações de solidariedade e comunhão social. Em viagens que duram mais de uma hora, pessoas se comunicam, tornam-se amigas e ficam cúmplices de um mesmo caminho que leva a destinos diferentes. O embarque inicial de todas as 13 linhas da cidade vem sendo feito no terminal localizado na Praça da Faculdade, no bairro do Prado, próximo ao Centro. Os primeiros coletivos saem a partir das 23h30 e as últimas viagens são feitas às 4h30. As linhas mais longas, como Benedito Bentes-Ponta Verde, Ipioca-Trapiche, Fernão Velho-Ponta Verde e Benedito Bentes-Trapiche traçam um percurso médio entre 70 e 90 km, somando-se ida e volta. Algumas chegam a passar por 28 bairros e conjuntos residenciais. Os destinos registram uma média de 70 passageiros nas viagens mais concorridas e um número ainda maior nos fins de semana e em dias de eventos especiais e shows musicais. O coordenador de fiscalização da Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT), Sílvio Sarmento, diz que os itinerários foram feitos para atender ao maior número possível de bairros. Há anos sem sofrer alterações, os trajetos terão as primeiras modificações nas linhas  Salvador Lyra-Centro e Cruz  das Almas-Feitosa, a partir do  dia 1o de fevereiro. “Em virtude de reivindicações dos moradores da região, o ônibus do Salvador Lyra passará pelo corredor da Avenida Santana, no Cleto Marques Luz, e o de Cruz das Almas entrará no Conjunto José da Silva Peixoto”, explica. Para conferir in loco o clima de um corujão, a reportagem da GAZETA embarcou na  longa viagem da linha Benedito Bentes-Ponta Verde, logo na primeira saída, às 23h45.

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