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Nº 5822
Cidades

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Por | Edição do dia 30/01/2005 - Matéria atualizada em 30/01/2005 às 00h00

FELIPE FARIAS Maceió é uma das capitais brasileiras com mais baixo índice de arborização, segundo a Secretaria Municipal de Proteção do Meio Ambiente (Sempma). Enquanto que o índice considerado admissível pela Organização Mundial de Saúde (OMS) é de 12 metros quadrados de árvores por cada habitante, em Maceió esse índice é de apenas 2,8 metros quadrados por habitante. De acordo com o secretário Ricardo Ramalho, 70% dos processos que tramitam no órgão se referem a denúncias de derrubadas irregulares ou, ironicamente, a pedidos para remoção de árvores para implantação de projetos urbanos. “Isso mostra que, além de a arborização não ser considerada prioridade, a árvore é vista como um obstáculo. Como não pode se manifestar, ela é sempre a primeira que cai, à medida que o processo de urbanização avança. Qualquer outro elemento tem prioridade sobre a arborização: instalação de redes de abastecimento, pavimentação ou a simples construção de um muro. Em nenhuma situação, sequer se vê a preocupação em encontrar uma alternativa. Sempre se opta pela lei do menor esforço: tirar a árvore do caminho”, protesta o secretário, que é ambientalista. Para reverter esse quadro, ele aposta na utilização de um equipamento urbano com grande potencial para revitalização do meio ambiente, mas que além de subaproveitado, é alvo de décadas de violação: o Parque Municipal. Fazer com que o parque passasse a ser visto como referência em meio ambiente em Maceió o faria ter várias funções, como a de centro de produção de mudas de flora nativa da Mata Atlântica. Concurso “Se você for procurar mudas que não sejam de frutíferas, vai ter dificuldade para encontrar”, diz. Seriam elas as vedetes de um outro projeto do órgão para melhorar a consciência ambiental do maceioense: um concurso para escolha da árvore-símbolo da cidade. Enquanto o símbolo do País é o pau-brasil e o do Estado a craibeira, a capital ainda continua sem essa referência. “A própria prefeitura ainda não dimensionou o verdadeiro potencial do parque, não apenas enquanto uma estrutura vinculada à secretaria, mas um equipamento urbano de grande importância”. Mas, ao acompanhar a reportagem da GAZETA ao local, na última terça-feira, o próprio secretário se surpreendeu com a freqüência de moradores de áreas vizinhas, para prática de lazer. “Ainda não tinha vindo aqui à tarde; não sabia como era nesse horário”, revelou Ramalho, que está à frente da Sempma há cerca de duas semanas. Lazer A visita revela que o parque já começa a ser objeto da atenção de muitos moradores e que é, sim, um refúgio natural em que se pode flagrar uma fêmea de sagüi com um filhote nas costas, uma imensa caranguejeira mais parecendo num passeio ao atravessar a alameda principal, e escutar o suave som das águas por entre as pedras, e o canto de sabiás pelas matas, por trás das nascentes. Porém, são elas o maior retrato das agressões sofridas pelo parque ao longo de décadas. Não é difícil encontrar, ao lado dos olhos d’água que brotam cristalinos, sinais de poluição, na forma de lixo atirado de comunidades que ficam nos limites do parque ou do esgoto que já começa a passar a poucos metros das nascentes. O entorno do parque é considerado seu “inimigo número um”. É ali que estão algumas das comunidades cujos moradores utilizam a área da reserva como depósito de lixo, que acaba chegando às áreas mais internas levado pelas enxurradas ou pelos cursos d’água. Ainda assim, o secretário descarta a possibilidade de cercá-lo, como cogitam algumas propostas. “Isso é área pública; não pode ser aquele lugar tido como inexpugnável. É para ter gente, mesmo, para ser acessível, para ser freqüentado”, defende Ramalho.

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