app-icon

Baixe o nosso app Gazeta de Alagoas de graça!

Baixar
Nº 5822
Cidades

Fam�lias se recusam a deixar grota amea�ada

DORGIVAL JUNIOR Apesar do risco de desmoronamento de barreiras, moradores da Grota Santa Helena, na Chã Nova, estão se recusando a deixar suas casas para serem transferidos para um dos abrigos que estão sendo construídos pela Prefeitura numa área próxima

Por | Edição do dia 02/02/2005 - Matéria atualizada em 02/02/2005 às 00h00

DORGIVAL JUNIOR Apesar do risco de desmoronamento de barreiras, moradores da Grota Santa Helena, na Chã Nova, estão se recusando a deixar suas casas para serem transferidos para um dos abrigos que estão sendo construídos pela Prefeitura numa área próxima à grota e que servirá de refúgio para as famílias em situação de risco. “Moro aqui há 19 anos. Não vou deixar a minha casa e tudo o que conquistei na vida para ir para um abrigo. Vou ficar na minha casa e não saio daqui por nada”, disse a dona de casa Irani dos Santos, 52 anos, que mora com mais nove pessoas da família numa casa que resistiu à forte chuva que atingiu Maceió em junho de 2004. “A barreira fica na porta do quintal da minha casa, mas apesar do que as pessoas falam, tenho certeza de que ela não vai cair”, disse a dona de casa, que sorri quando os vizinhos perguntam por que ela se recusa a sair de casa, preferindo correr o risco de ser vítima de uma possível tragédia. “Tem outras pessoas nesta grota que não vão deixar as casas. Todos os nossos bens estão aqui. É o nosso lar”, disse ela. A aposentada Severina da Conceição, 70 anos, também é uma das moradoras da Grota Santa Helena que ainda se recusam a sair de casa, apesar de ter perdido um filho na chuva que castigou toda a área e causou 11 mortes em junho de 2004. “Perdi meu filho e minha casa. Não vou sair daqui. Prometeram-me uma moradia nova e nada foi feito até hoje”, desabafou a aposentada, que observava o fim de tarde com o céu nublado e promessa de chuva. “Na tromba d’água do dia 1o  de junho, tudo aqui ficou alagado. Muitas casas desabaram. Foi  um inferno. A gente só mora aqui porque não tem para onde ir. Tudo o que tenho está aqui”, disse a aposentada, que mora na casa de um filho, também ameaçada de cair.

Mais matérias
desta edição