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Fern�o Velho p�e blocos nas ruas, faz o passo e cai na folia

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FERNANDO COELHO Reduto boêmio em antigos carnavais, o distrito de Fernão Velho se esforça para manter viva a celebração em suas ruas. A região é berço do histórico Bloco Ferrugem, criado na década de 1950 e extinto há 12 anos por um delegado incomodado com a estripulia provocada pelos foliões que jogavam óleo, fuligem e sujeiras afins em todos que viam pela frente. ?Era muita gente, não tinha um bloco para barrar o Ferrugem não?, diz Simone Nazário, moradora do bairro há 25 anos. Segundo ela, a saudade da população é tanta que já fizeram até abaixo-assinado para a volta do Ferrugem. Hoje e amanhã, os moradores se animam com o Bloco das Virgens e o Bloco da Sombrinha. Criado em 1981, o Bloco das Virgens está há 10 anos sob a organização do comerciante Paulo Lopes. A idéia original é baseada no bloco As Pecinhas de Maceió, com os homens se travestindo de mulher. Segundo a estimativa dos organizadores, cerca de 500 pessoas saem a caráter, no bloco que atrai mais de duas mil foliões no domingo de carnaval. ?Vem gente do Tabuleiro, do ABC e do Rio Novo só para sair no bloco?, assegura Paulo Lopes. Esse ano, a orquestra de Santa Luzia do Norte tocará as marchas de carnaval no percurso que circula Fernão Velho indo até a Vila Goiabeira. Os custos com a festa são bancados por diversos estabelecimentos comerciais. ?Queremos preservar o costume de rua. As pessoas já não estão mais deixando Fernão Velho para ir a outros bairros?, acredita o organizador. Amanhã é a vez do Bloco da Sombrinha. Criado pelo aposentado José Vilanova, vulgo Binga, o estandarte foi levantado há 12 anos, inspirado nas sombrinhas de frevo. ?Eu vi na televisão a turma dançando o carnaval com a sombrinha e saí de porta em porta pedindo guarda-chuvas ao pessoal mais velho?, explica o fundador. Nos primeiros anos, a animação era conduzida por uma batucada de latas e tambores improvisados. Hoje, a organização contrata orquestra para desfilar pelas ruas do distrito. A curiosidade do bloco é a ala de senhoras que brincam com sombrinhas e guarda-chuvas. ?É uma opção não somente para o pessoal daqui, mas para o de fora também. É um carnaval tranqüilo e divertido?, ressalta Simone Nazário. Baianas Subindo a ladeira de Fernão Velho e indo em direção à Feirinha do Tabuleiro, é possível encontrar um dos últimos sítios de folclore do bairro. Trata-se da casa de Dona Augusta Conceição. Aos 78 anos, ela passou a comandar uma turma de 19 baianas depois que seu esposo, Paulo Olegário Tavares, morreu, ano passado. Segundo dona Augusta, seu marido era um verdadeiro adido cultural. A intensa relação com o folclore o fez criar, há mais de 25 anos, um grupo de guerreiro, uma banda de pífanos e as Baianas Mensageiras de Santa Luzia. Com uma pequena banda marcial, que entoa marchinhas e frevos carnavalescos, elas saem pelas ruas do Tabuleiro durante o carnaval em dia indefinido. ?São os vizinhos e as meninas que brincam com a gente que anunciam o dia de saída?, explica a contramestra das baianas. Sentada em sua máquina de costura, onde faz e ajusta os trajes do folguedo, ela afirma sem pestanejar: ?Quando eu era moça não gostava de carnaval, mas com as baianas eu comecei a gostar porque tem muita alegria?.

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