Cidades
Centros sociais podem virar abrigos e reagem � ordem

A Prefeitura de Maceió montou, próximo à grota Santa Helena, um acampamento provisório para abrigar as famílias que moram em áreas sob risco de desabamento. A estrutura conta com dois banheiros químicos, uma cozinha coletiva e colchonetes. A assistente social Bernadete Rodrigues Santos, que integra a equipe da prefeitura, explicou que a organização no local vai ficar por conta dos próprios moradores. Estamos definindo equipes que vão cuidar da alimentação, da entrada de pessoas estranhas e de pequenos desentendimentos. Segundo a Secretaria de Assistência Social, quatro guardas civis e uma viatura vão fazer a segurança do acampamento, evitando tumultos. A moradora Maria da Conceição da Silva, 46, foi a primeira a se oferecer para ajudar na cozinha. Ela perdeu a casa e todos os pertences da família na chuva que caiu em junho do ano passado. Desde que a minha casa desabou, vivo na casa dos outros. Tem quase um ano e ninguém nunca fez nada por mim. Só estou querendo uma casa para ver meus netos em segurança. Só isso! disse Maria da Conceição, que mora com mais doze pessoas. Outros abrigos A Secretaria Municipal de Assistência Social encaminhou ofícios alertando os centros sociais urbanos de Maceió para possíveis desocupações de seus espaços. As instalações dos centros serão utilizadas como abrigo para famílias que moram em área de risco durante a forte chuva prevista para este mês. Trabalhamos com prioridades. E hoje a prioridade é garantir abrigos para famílias vítimas da chuva, explicou a secretária municipal de Assistência Social, Ivone Torres. Diretores dos centros comunitários Dom Adelmo Machado, Cacilda Sampaio, Sônia Lopes, Terezinha Normande e Henrique Equelman, no Jacintinho; Deusdete Bernades e o Centro Recreativo, em Fernão Velho; Pitanguinha, e o Centro Social Urbano (CSU) Cleto Marques Luz, no Poço, já receberam o comunicado e ficaram surpresos com a idéia. O administrador do CSU Cleto Marques Luz, no Poço, Eliezel Ferreira, informou que hoje vai haver uma reunião no centro para estudar formas de evitar a desocupação. Temos aulas de informática, alfabetização de adultos, encontro dos Alcoólicos Anônimos e dezenas de outras atividades que não podem ser interrompidas. Entendo a causa, mas não vamos poder suspender as atividades Segundo Eliezel, o CSU do Poço já foi utilizado como abrigo e foi devolvido destruído. Levaram cadeiras e cadeados, arrombaram portas e quebraram os banheiros, afirmou, salientando que vai se reunir com a secretária e pedir que ela reveja a decisão. (CS)