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Morte e medo rondam conselhos tutelares

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CARLA SERQUEIRA Após o assassinato do conselheiro tutelar de São José da Tapera, Benildo Tenório Lisboa, 55, ocorrido no dia 28 de janeiro deste ano, os demais membros de conselhos trabalham com medo e reivindicam segurança para realizar suas ações em defesa da criança e do adolescente. Ontem, o Fórum dos Conselhos Tutelares de Alagoas se reuniu com o Fórum e o Conselho Estadual da Criança e do Adolescente para elaborar um documento pedindo à Secretaria de Defesa Social agilidade nas investigações sobre o assassinato de Benildo Tenório e um plano de segurança que garanta aos conselheiros tutelares de Alagoas o desempenho de suas funções sem correrem riscos de morte. Ameaças “Existe uma conselheira que está exilada fora do Estado. Outra, de Jundiá, foi ameaçada por elementos mascarados, quando começou a desenvolver entre os jovens um trabalho contra as drogas”, relatou o presidente do Fórum dos Conselhos, Edmilson de Souza, revoltado porque a categoria não conta com o apoio da polícia. “Não temos nenhum tipo de proteção. Enquanto trabalhamos em prol dos direitos humanos, estamos sujeitos a qualquer tipo de violência”. De acordo com os conselheiros presentes à reunião, Benildo Tenório era benquisto por todos em São José da Tapera e estava cumprindo o segundo mandato à frente do Conselho Tutelar. “Ele era um homem de palavra. Com ele não havia dois discursos”, disse Edmilson, acrescentando que na cidade os outros conselheiros temem a morte. “O que ficou foi um Conselho Tutelar assustado e um crime que não foi elucidado”. O crime Segundo Edmilson, Benildo Tenório morava no distrito de Caboclo, a 10 km de São José da Tapera, e estava voltando para casa, após ter participado de uma reunião com agricultores da região, quando um carro ultrapassou sua moto e alguém deflagrou vários tiros. “Não sabemos em que pé estão as investigações nem o motivo do crime”, contou, avaliando a falta de segurança a que a categoria está sujeita. O conselheiro tutelar Arnaldo Capela, que responde por 11 bairros na capital, reclama da dificuldade de trabalhar contra a prostituição infantil. “Este é um dos problemas mais delicados. Quando chegamos a um prostíbulo, encontramos policiais militares fazendo a segurança do local e ficamos temerosos de enfrentá-los”. Na reunião, os conselheiros decidiram marcar uma audiência com o secretário de Defesa Social, Robervaldo Davino, para solicitar mais empenho na apuração do assassinato de Benildo Tenório e pedir segurança para a categoria.

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