Cidades
DIA DOS PAIS: HOMENS RELATAM SOBRE EXPERIÊNCIA QUE MUDOU A VIDA DELES
Sejam “pais solos” ou pais convencionais, eles estão unidos por todo o amor que sentem pelos filhos

O segundo domingo de agosto é sempre especial para os filhos que têm uma figura paterna como exemplo e porto seguro. Reunir a família, caprichar no presente - seja ele comprado em lojas ou feito em casa -, dar aquele abraço apertado quando se está por perto ou fazer aquela chamada de vídeo quando se está longe. O Dia dos Pais é uma data que, para muitas pessoas, não pode passar em branco. Mas o que é a paternidade e de que forma ela tem transformado a vida dos homens? A Gazeta foi ouvir três deles. Pais que não se conhecem, mas que estão unidos pela dedicação e o amor que têm pelos filhos.
Um deles é o empresário Warley Rossi, de 39 anos, que resume sua paternidade com a palavra “pãe”, que é quando popularmente chamamos os homens que assumem, ao mesmo tempo, os papéis de pai e de mãe. É um “pai solo”. E que sorte a do Ian, hoje com 9 anos, de tê-lo.
Com cerca de 6 meses de nascimento do filho, Warley se viu com a responsabilidade de assumir esse desafio sozinho, após o afastamento da mãe da criança. Começava aí, sem dúvida, a maior aventura que ele teria nessa vida.
Warley conta que sempre desejou ser pai e que havia determinado, para si mesmo, que aos 30 anos teria um filho. “E por ironia do destino, no Natal do mesmo ano, eu descobri que seria pai”, relata. Para ele, a parte mais difícil é ter que assumir a “dupla função” de “bonzinho” e “malvado”. O que repreende na hora de educar e, ao mesmo tempo, enche de amor e tenta proporcionar o melhor para o filho. “Costumo dizer que trazer dinheiro pra casa é relativamente mais fácil, difícil mesmo é você transmitir valores a um serzinho que está se criando e crescendo”, afirma.
Cumprindo sua missão com louvor, Warley preenc–he os espaços de forma que Ian não sinta falta da mãe. Este ano, por exemplo, na comemoração de Dia das Mães na escola, ele fez questão de estar em meio às mulheres participando de uma aula de Yoga. “Faço questão de mostrar que ele tem alguém exercendo essa função na vida dele. E sou muito sincero com meu filho sobre tudo. Inclusive, até acho que as escolas deveriam dar mais atenção a estas situações, afinal, no Dia dos Pais temos a sensação que se comemora apenas por obrigação. Não há na educação da criança a clareza que os valores são transmitidos pelo pai e pela mãe. As programações das escolas nunca contemplam atividades para homens. Neste último Dia das Mães, por exemplo, participei de uma aula de Yoga em meio às mães e os pais ficaram me observando. É um pouco constrangedor às vezes”, relata.
O companheirismo sempre foi algo muito presente na vida dos dois. Warley afirma que nunca gostou de fazer atividades que não pudessem incluir Ian e nem de deixá-lo com alguém para que pudesse sair. Por isso, acabaram construindo uma relação de pai e filho de dar inveja a qualquer um. “Eu digo que o Ian é meu companheiro para tudo. Como eu nunca tive hábito de deixá-lo com meus pais para sair, então a gente fazia tudo junto. Andar de caiaque, acampar e ver filmes são, sem dúvidas, as três atividades que mais curtimos até hoje”, fala.
A rotina, durante a semana, sempre foi muito pesada, mas o fato de Warley trabalhar de forma autônoma, sempre facilitou, possibilitando que ele fizesse os ajustes necessários para levar e buscar Ian na escola e resolver todas as questões de saúde relacionadas ao filho. Ele conta que, durante a noite, a rotina sempre foi mais puxada, por ser a hora de cuidar da casa, ajudar nas tarefas da escola, providenciar a alimentação e cumprir o ritual para colocá-lo para dormir.
“Durante 7 anos, a rotina era buscar escolas que tivessem horário integral para que eu pudesse trabalhar sem preocupações. Graças a Deus, do nascimento dele pra cá, eu sempre trabalhei por conta própria e isso me ajudou muito, do contrário, uma empresa não suportaria um funcionário como eu. Mas a rotina sempre foi, basicamente, levá-lo à escola e dar umas saídas durante o dia para resolver questões dele, como de saúde. E à noite, ter uma rotina mais puxada na hora de cuidar da casa, tarefas da escola, alimentação e etc”, destaca Warley, que sempre contou com a ajuda da mãe, apesar de não morar junto com ela. Nos últimos quatro meses, ele também tem contado com a presença da esposa, com quem planeja ter um segundo filho ou filha.
“Eu sempre pensei em ser pai, e foi uma realização enorme a chegada do Ian, mesmo não tendo o enredo que desejei. Hoje, com minha esposa, estamos tentando um segundo filho. A paternidade mudou a minha vida de forma positiva, sob muitos aspectos. Quando somos pais, enxergamos as oportunidades de forma mais clara e refletimos melhor sobre quem somos, afinal, iremos ‘produzir’ uma ‘cópia’ nossa. E, sem dúvidas, tenho um melhor amigo pro resto da vida. E não tenho amor mais sincero do que o dele”, conclui Warley.