
DEFESA CIVIL VAI INVESTIGAR CAUSA DO TREMOR DE TERRA EM ARAPIRACA
Órgão informa ainda que não houve registro de danos material em decorrência do abalo sísmico
Por Rayssa Cavalcante e Greyce Bernardino | Edição do dia 29/08/2023 - Matéria atualizada em 29/08/2023 às 04h00
A Defesa Civil de Arapiraca informou, nesta segunda-feira (28), que vai investigar a causa do tremor de terra, que atingiu a cidade na sexta-feira (28). O abalo sísmico foi de magnitude 2.1, segundo o registro do Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP).
Uma reunião entre a Defesa Civil da capital do Agreste, Defesa Civil Estadual e a Defesa Civil de Maceió está marcada para acontecer na manhã desta terça-feira (29), dando início aos debates sobre o caso. O órgão ressaltou, no entanto, que nenhuma residência apresentou danos devido ao abalo sísmico.
Um dia depois do fenômeno, a Defesa Civil de Arapiraca informou que o epicentro do tremor de terra que atingiu a cidade do Agreste de Alagoas, está localizado às margens da AL-115, próximo ao residencial Brisa do Lago
Diversos moradores relataram que sentiram o tremor e ouviram explosões. “Eu senti e ouvi. Pensei que era um carro que bateu na porta da minha casa. Foi rápido, mas deu para sentir”, contou uma internauta.
O fenômeno foi o segundo registrado em um mês no município de Arapiraca. O primeiro aconteceu no dia 4 de agosto, por volta das 15h, com magnitude 1.5. É o que aponta o boletim do Laboratório Sismológico (LabSis), da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
A cidade segue em contato com o LabSis, que monitora e é responsável por divulgar notícias sobre os tremores de terra que ocorrem no nordeste brasileiro e assuntos correlatos. Nesta segunda-feira (28), o LabSis divulgou nota reforçando que “não há informações de danos estruturais causados pela atividade sísmica”.
“Nessa última sexta-feira, 25 de agosto, mais um tremor de terra foi registrado pelas estações sismográficas operadas pelo Laboratório Sismológico da UFRN em Alagoas. A área epicentral foi localizada na região do município de Arapiraca, no Agreste do Estado”, começa a nota.
A manifestação ainda diz que o evento aconteceu às 19h34 (16h34, hora local), com magnitude preliminar calculada em 2.1 mR. “De acordo com informações, o tremor foi sentido em quase todas as regiões do município, gerando muito medo entre a população. Apesar disso, não há informações de danos estruturais causados pela atividade sísmica”, informa.
A última atividade sísmica divulgada pelo LabSis/UFRN no Estado, foi na terça, 22 de agosto, na região do município de Cajueiro. O tremor foi registrado às 00h37 com magnitude preliminar calculada em 1.7 mR.
O Laboratório Sismológico da UFRN reforçou que segue monitorando e divulgando toda atividade sísmica que ocorra no estado de Alagoas e em toda região Nordeste do país.
Como a Gazeta mostrou, na sexta-feira, moradores da região relatam que antes do tremor foi ouvida uma explosão. Um deles foi o diretor de logística do Grupo Coringa, Marcelino Alexandre. À reportagem, ele conta que sentiu o tremor por volta das 16h40. “Eu estava no escritório no Centro da cidade e senti o tremor pequeno, com um barulho forte e imaginei que fosse uma explosão de um posto de combustível” relata Marcelino Alexandre.
Devido ao barulho, moradores chegaram a citar a mineradora Vale Verde, que atua em Craíbas, cidade vizinha a Arapiraca. “Será que esse barulho não é vindo da mineração Vale Verde?”, questionou uma internauta.
Em nota, a Mineração Vale Verde (MVV) negou que o tremor tenha relação com os trabalhos exercidos pela empresa em Craíbas. Segundo ela, os desmontes são agendados, preferencialmente, às quintas-feiras, por volta de 12h.
A Vale Verde acrescenta que “essa escolha foi feita em consenso com as comunidades locais, com vistas ao menor impacto possível e garantindo que a população seja sempre devidamente informada antes e após cada evento”, diz a nota.
Segundo relatos de arapiraquenses, os tremores puderam ser sentido em bairros como Centro, Brasília, Cavaco, Alto do Cruzeiro, mas a situação também foi sentida em Craíbas e Lagoa da Canoa.
Dentre os relatos estão teto de gesso trincado, talheres balançando, chão e paredes estremecidos e barulho de explosão.