
MUNICÍPIO DE ARAPIRACA REGISTRA TERCEIRO TREMOR DE TERRA NO MÊS
O abalo sísmico, de acordo com boletim, foi registrado por volta das 16h25 dessa segunda-feira (28)
Por Rayssa Cavalcante e Jamylle Bezerra | Edição do dia 30/08/2023 - Matéria atualizada em 30/08/2023 às 04h00
O município de Arapiraca, no Agreste de Alagoas, registrou o terceiro tremor de terra em um mês. É o que aponta o boletim do Laboratório Sismológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
O abalo sísmico, de acordo com o boletim, foi registrado por volta das 16h25, nessa segunda-feira (28), com magnitude preliminar calculada em 1.5 mR.
Os dados do laboratório mostram que o primeiro tremor na cidade ocorreu por volta das 15h, no dia 4 de agosto, com magnitude 1.5. O segundo foi na sexta (25), com magnitude 2.1. Neste último caso, os moradores relataram que sentiram o abalo sísmico e chegaram a ouvir explosões.
Em agosto, os municípios de Limoeiro de Anadia (4 de agosto), Belo Monte (21 de agosto) e Viçosa (22 de agosto) também registraram o fenômeno.
Nesta terça-feira (29), a Defesa Civil de Arapiraca recebeu profissionais da Defesa Civil Estadual e também de Maceió, que atuaram no caso do afundamento do solo nos bairros da capital, para uma reunião e uma inspeção in loco. O objetivo é promover a troca de experiência para que a causa do abalo registrado no município do Agreste seja descoberta. Os especialistas fizeram uma visita ao local onde teria sido o epicentro do tremor.
De acordo com o coordenador da Defesa Civil de Arapiraca, Lindomar Ferreira, o encontro entre as defesa civis é o pontapé inicial para a investigação das causas do tremor. “Estamos indo a campo com geógrafo, geólogo e engenheiros civis fazer o mapeamento da região para, posteriormente, instalar os sismógrafos, equipamentos que vão dar uma precisão para nós mais adiante. Estamos contando com a experiência dos profissionais de Maceió, que têm expertise nessa área”, afirmou Lindomar.
A investigação é necessária para descobrir se o tremor ocorreu em decorrência de um fenômeno natural ou se houve colaboração humana - como ocorreu nos bairros de Maceió. O local que vem sendo considerado o epicentro do tremor fica no bairro Olho d’Água dos Cazuzinhas, no Residencial Brisa do Lago, na AL-115.
De acordo com o engenheiro civil Júlio Normande, da Defesa Civil de Maceió, ainda é cedo para afirmar o que teria ocorrido, sem que seja feito um estudo anteriormente, por isso é necessário fazer uma avaliação in loco na região.
“Ainda não temos como afirmar nada sem realizar um estudo a mais, então vamos fazer uma identificação de campo para observar se existem trincas no solo e nos imóveis próximos, para que depois possamos fazer algum estudo. Vamos fazer uma análise preliminar para saber se encontramos evidência a mais. Estamos auxiliando nos trabalhos para dar um norte à Defesa Civil de Arapiraca sobre como seguir com as ações, de acordo com a nossa experiência no Pinheiro”, conta.
Como a Gazeta mostrou, na sexta-feira (25), o Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP) registrou um tremor de terra de magnitude 2.1, em algumas cidades do Agreste, dentre elas, Arapiraca. Moradores e comerciantes da região se assustaram e uma imagem de circuito interno de um escritório no Centro da capital do Agreste registrou o momento em que o caso ocorreu, às 16h34. No vídeo, é possível perceber o tremor, assustando um funcionário que estava no local.
Moradores da região relataram que antes do tremor foi ouvida uma explosão. Um deles é o diretor de logística do Grupo Coringa, Marcelino Alexandre. À reportagem, ele conta que sentiu o tremor por volta das 16h40. “Eu estava no escritório no Centro da cidade e senti o tremor pequeno, com um barulho forte e imaginei que fosse uma explosão de um posto de combustível” relata Marcelino Alexandre.
Devido ao barulho, moradores chegaram a citar a mineradora Vale Verde, que atua em Craíbas, cidade vizinha a Arapiraca. Em nota, a Mineração Vale Verde (MVV) negou que o tremor tenha relação com os trabalhos exercidos pela empresa em Craíbas. Segundo ela, os desmontes são agendados, preferencialmente, às quintas-feiras, por volta de 12h.