
BIÓLOGOS TÊM NAS PESQUISAS A SAÍDA PARA A PRESERVAÇÃO AMBIENTAL
A rica biodiversidade em Alagoas torna necessárias ações de educação ambiental entre as comunidades
Por Mariane Rodrigues | Edição do dia 02/09/2023 - Matéria atualizada em 02/09/2023 às 04h00
Banhado por rios, por mar e muitas lagoas, o estado de Alagoas é considerado um verdadeiro paraíso das águas. É também um lugar detentor de manguezais e da caatinga. Tanta riqueza natural exige cuidado com a preservação do ecossistema. É nesse contexto que entra um profissional tão essencial para a manutenção da integridade da biodiversidade nos seus mais diversos aspectos: o biólogo, que busca por meio das pesquisas e educação ambiental, um meio de preservação do Meio Ambiente.
O dia 3 de setembro é dedicado a homenagear aqueles que dedicam os seus dias à conservação do Meio Ambiente. Para a bióloga Amanda Lys dos Santos Silva, que é doutora em Ciências pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL), formada em licenciatura e bacharelado em Ciências Biológicas da instituição de ensino, e professora da UFAL, a profissão do biólogo tem muita relevância no estado de Alagoas.
Ela lembra que o estado possui uma extensa linha costeira e sistemas de lagoas, o que fortalece o ecoturimo. A rica biodiversidade torna necessárias ações de educação ambiental entre as comunidades, e atuação de observação da fauna e flora. Indo mais além, a bióloga ressalta a região do semiárido, afetada pelas mudanças climáticas, além das áreas onde existem a indústria sucroalcooleira, que geram resíduos e, consequentemente, impactos no ecossistema.
“Os biólogos monitoram esses impactos, educam as pessoas e ajudam a desenvolver e implementar políticas e práticas sustentáveis, como também estão envolvidos em manejo, pesquisa, conservação e melhoramento de espécies”, explica a professora, que coordena ainda a XXXVII Semana da Biologia do ICBS/UFAL, realizada entre os dias 4 e 6 de setembro.
A professora do curso de Biologia da UFAL Amanda Lys reforça ainda que, em Alagoas, além de trabalhar como professor, o biólogo pode atuar em três grandes áreas: Meio Ambiente e Biodiversidade; Saúde; e Biotecnologia e Produção.
“O que percebo é que há mais interesse nas duas primeiras áreas, onde o profissional pode realizar atividades, como: diagnóstico, Controle e Monitoramento Ambiental; Inventário, Manejo e Produção de Espécies e Conservação da Flora e Fauna; Auditoria Ambiental; Saúde Pública; Vigilâncias (Ambiental, Epidemiológica e Sanitária); Perícia e Biologia Forense; Análises diversas. A escolha entre focar em uma ou outra depende de uma combinação de fatores pessoais, acadêmicos, sociais e profissionais”, analisa a professora.
Dentro do ambiente acadêmico, o foco é a pesquisa, que depende do financiamento público. Por isso, quando há flutuações orçamentárias e cortes, o desenvolvimento de projetos fica comprometido. É o que considera Amanda Lys.
“Vale ressaltar que a pesquisa é realizada pelos biólogos que estão em aperfeiçoamento, seja em curso de Mestrado ou de Doutorado. Portanto, estimular que essas pessoas permaneçam dentro da Academia e no próprio estado, é fundamental. Pensando fora da Academia, a demanda por biólogos em determinadas áreas pode ser limitada, levando a uma competição bastante acirrada e ou a uma necessidade de diversificação de habilidades”, expõe a professora.
Bárbara Ramos Pinheiro tem mestrado e doutorado em Oceanografia. É bióloga com especialização em gestão de ambientes costeiros tropicais. Atua nas Área de Proteção Costa dos Corais, região Norte de Alagoas. Atualmente, faz pós-doutorado por meio do Programa de Desenvolvimento Científico Regional e Tecnolófico da Fapeal.
Nos seus dias, Bárbara concilia os horários entre a pesquisa sobre o processo de ocidificação costeira, com a educação ambiental para crianças, jangadeiros e população em geral no Litoral Norte, para a preservação dos recifes de corais e das piscinas naturais, através do Instituto Yandê, onde é diretora-executiva.