
PROJETOS DE COLETA SELETIVA TRAZEM RENDA PARA COOPERATIVAS
Conheça exemplo do Tribunal de Justiça de Alagoas que estimula colaboradores a encaminhar corretamente os resíduos recicláveis
Por Da Redação | Edição do dia 09/09/2023 - Matéria atualizada em 09/09/2023 às 04h00
No processo padrão de coleta de resíduos, tudo o que entra no caminhão é destinado ao aterro sanitário. Não importa se ali no meio há papel, plástico ou cascas de banana: se ficou misturado, o único destino é o Centro de Tratamento de Resíduos (CTR Maceió), iniciando um processo de dezenas ou centenas de anos de decomposição. A única forma de gerar valor com os resíduos com potencial de reaproveitamento é fazendo com que eles cheguem antes às mãos corretas – no caso, as mãos das cooperativas de reciclagem.
Diferentemente da tradicional “economia linear” e sua lógica de produção, consumo e descarte, o conceito de Economia Circular aposta no retorno dos materiais ao ciclo produtivo, gerando renda para muitas famílias e, claro, poupando o meio ambiente. O Brasil ainda tem muito o que caminhar nesse sentido: em média, apenas 4,5% do total de resíduos sólidos produzidos conseguem ser resgatados e entrar nesse “círculo virtuoso”.
Nesta segunda reportagem da série especial sobre Economia Circular, a Gazeta de Alagoas, a Gazetaweb e a rádio Mix FM apresentam a iniciativa de coleta seletiva implantada no Tribunal de Justiça de Alagoas – mais um bom exemplo sobre como, com um pouco de organização, é possível ajudar a mudar esse cenário.
NOVA VIDA
Ao lado de cada impressora, um coletor foi instalado para receber os resíduos de impressão. Já espalhados pelo ambiente, outros coletores trazem QR Codes orientando os servidores sobre o que pode ser descartado ali: esses são alguns dos exemplos de medidas simples de Coleta Seletiva adotadas pelo Tribunal de Justiça de Alagoas que já “salvaram” mais de 102 toneladas de resíduos para reciclagem desde 2016, quando o projeto foi iniciado.
Nas sedes do Tribunal de Justiça, Corregedoria e Escola da Magistratura (Esmal), além dos Fóruns de Maceió e Arapiraca, o programa se divide em duas frentes: a coleta interna, feita pelos servidores responsáveis pela limpeza, e a coleta externa, quando o servidor traz o material de casa e entrega no tribunal para o descarte adequado.
Na coleta interna, os depósitos possuem sacos de duas cores para facilitar a separação do que é passível de reciclagem. Já na coleta externa, o servidor faz a separação do reciclável em casa e leva para o posto de coleta do TJAL. Lá, o material é pesado e vai sendo contabilizado para a elaboração da premiação dos servidores no final do mês – que são contemplados com broches e dia de folga. Na última premiação, realizada em agosto, por exemplo, o destaque de coleta externa foi para a juíza Marcella Garcia, que encaminhou de forma sustentável para o posto do TJAL o material que estava represado em casa.
“É importante divulgar que essa coleta pode ser feita fora dos muros do Tribunal, de forma externa como foi o meu caso, identificando em casa os materiais que possam ser reciclados. Isso ajuda no melhor descarte desses materiais, ajudando no aumento do número de reciclagens que é essencial para melhoria da qualidade de vida”, falou a magistrada no momento da premiação.
Todo o material arrecadado é destinado ao sustento das famílias de catadores de materiais recicláveis da Cooperativa de Recicladores de Lixo Urbano de Maceió (Cooplum) e Associação de Catadores de Resíduos Sólidos de Arapiraca (Ascara).