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Adeus � beleza: come�a demoli��o da Casa Rosa, a famosa mans�o da praia da Paju�ara

FELIPE FARIAS Terminou ontem a primeira fase da demolição da mais tradicional mansão da orla da Pajuçara, a Casa Rosa, numa esquina da Avenida Antônio Gouveia onde funcionaram uma agência do Produban e a Secretaria de Turismo. A etapa consistiu na remoção de todas as esquadrias e demais estruturas de madeira, incluindo a imponente escadaria principal. Segundo os operários, a demolição provocou reação até de populares que passam pelas calçadas, quando informados de que o imóvel deixará de existir. A demolição põe fim a uma das mais apreciadas construções antigas da região, objeto de cerca de vinte trabalhos de alunos do curso de Arquitetura da Ufal, segundo sua ex-proprietária, e repleta de curiosidades, como o fato de ter todos os lustres trazidos da Europa porque, na época de sua construção, na década de 40, não se fabricavam vidros curvos no País. ?Aquela construção deveria ter sido tombada; acho a demolição um absurdo?, protestou Laís Paiva Carnaúba, filha de Humberto Paiva, o construtor da residência. Filho do industrial Gustavo Paiva, como era costume na época, Humberto herdou do comendador, responsável pela maior parte do patrimônio arquitetônico de Rio Largo, vários itens da mobília, também trazida da Europa. O restante dos móveis, em legítimo jacarandá, bem como toda a madeira original, veio do Rio de Janeiro, onde foi elaborado o projeto inspirado em estilo português e executado pelo engenheiro Aloísio Freitas Melro e decorado por Valdomiro Breda. ?Eu sei de toda a história porque já passei essas informações para diversos trabalhos executados sobre a residência?, justifica Laís. A construção teve início em 1946 e levou quatro anos. Há cerca de 20 anos, o também industrial Humberto Paiva vendeu a residência ao Banco do Estado de Alagoas e, depois que a instituição foi liquidada, o prédio acabou indo a leilão, sendo adquirido pelo empresário italiano Dino Tilito. Demolição A Casa Rosa ainda estava de pé ontem. O telhado intacto, as esculturas em ferro de um artista plástico do interior de Alagoas e a placa da Secretaria de Turismo nos jardins davam a falsa impressão de que o imóvel está para ser ocupado, apesar do aspecto de abandono do gramado e das alamedas que ladeiam a casa. A retirada das portas e janelas remete à idéia de que passa por reformas. O marceneiro José Roberto, que ontem trabalhava no local, disse que a empreitada de quatro dias para a qual foi contratado já se encerrou. Ele conta que muitas pessoas que passam pelo local questionam se é mesmo reforma. Ao serem informadas de que se trata, na verdade, de demolição, não escondem uma certa comoção. A etapa seguinte será entregue a uma construtora e deve se constituir na demolição de paredes, colunas, teto e piso do imóvel e escavação do terreno para as fundações da nova edificação que o substituirá. A estrutura da Casa Rosa surpreendeu o operário: seguindo o padrão das construções da época, ela não possui nenhuma viga ou laje em concreto: ?É toda em tijolo maciço; toda no montante?, explica.