EDUCAÇÃO SEXUAL NAS ESCOLAS: EM MACEIÓ, AIDS É A MAIS PREOCUPANTE
Ministério da Saúde prevê destinar R$ 90 milhões para os municípios que aderiram ao programa para o ciclo 2023/2024
Por regina carvalho | Edição do dia 16/09/2023 - Matéria atualizada em 16/09/2023 às 04h00
O Ministério da Saúde anunciou a retomada das ações de promoção da educação sexual e reprodutiva e da prevenção de doenças sexualmente transmissíveis no Programa Saúde na Escola. Na avaliação da médica infectologista Mardjane Lemos, essa iniciativa é uma forma eficaz de evitar as doenças, a gravidez na adolescência e tornar os jovens mais preparados para identificar casos de violência sexual.
Mardjane Lemos destaca que, como infectologista, defende a educação sexual não só em escolas, mas em ambientes de convívio de maneira correta, planejada, que gere informação e não preconceitos e estigmas.
“A retomada da educação sexual nas escolas é de fundamental importância para a prevenção desses agravos, dessas doenças, e não há estratégias eficazes de prevenção que não passem pela educação. Permitir que o jovem se conheça, que tenha informações corretas, confiáveis e que haja discussão em torno desses temas”, ressaltou a médica.
EDUCAÇÃO SEXUAL
Instituída em 2007, em parceria com o Ministério da Educação, a iniciativa também vai voltar a trabalhar com outras temáticas que foram deixadas de lado nos últimos anos: a prevenção da violência e acidentes, promoção da cultura de paz e direitos humanos.
Segundo informações do Ministério da Saúde, serão destinados R$ 90 milhões para os municípios que aderiram ao programa para o ciclo 2023/2024. A previsão é que mais de 25 milhões de estudantes da educação básica sejam assistidos.
DADOS DE MACEIÓ
De acordo com informações da Secretaria de Saúde de Maceió, a principal incidência de doenças sexualmente transmissíveis na capital entre adolescentes e jovens adultos é o HIV/Aids.
Em relação à Aids, este ano (até julho) foi confirmada uma pessoa com idade entre 15 e 19 anos com a doença (foram 3 notificações em 2022), além de 12 registros em pacientes com idade de 20 a 29 anos (em 2023). Nessa faixa etária, foram 74 no ano passado.
No caso do HIV, a Secretaria Municipal de Saúde confirma trinta casos em 2022 (nas idades entre 15 e 19) e 171 na faixa de 20 e 29. Este ano, até julho, foram doze registros nas idades de 15 e 19 anos e 75 entre pessoas de 20 a 29 anos.
“Entre as doenças mais preocupantes entre o público adolescente e adultos jovens, está sempre o HIV, pela gravidade. Isso pode ser visto por conta do número de óbitos. Outros agravos impactam na saúde pública, que não são doenças, como a gravidez na adolescência, a violência sexual, principalmente entre mulheres jovens e meninas adolescentes”, finaliza Mardjane Lemos.