
GRUPO DE TRABALHO VAI INVESTIGAR TREMORES DE TERRA EM ARAPIRACA
Encontro ocorreu no Centro Administrativo Antônio Rocha e reuniu representantes de instituições e especialistas
Por regina carvalho | Edição do dia 18/10/2023 - Matéria atualizada em 18/10/2023 às 04h00
A ocorrência de tremores de terra em Arapiraca, especialmente no mês de agosto, levou à criação de um grupo de trabalho que vai investigar os fenômenos. As atividades serão acompanhadas pelo Ministério Público do Estado de Alagoas. O tema foi discutido na terça-feira (17) durante uma reunião.
O grupo de trabalho – que reúne representantes da Defesa Civil, da Prefeitura de Arapiraca, pesquisadores de universidades, do Instituto do Meio Ambiente (IMA) e da Defensoria Pública da União – vai estudar o fenômeno geológico que pretende descobrir se a causa dos tremores é natural ou provocada por intervenção humana.
Os pesquisadores que passaram a integrar o grupo de trabalho irão solicitar apoio ao laboratório sismológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), que registrou naquele período de agosto a sequência de três tremores somente em Arapiraca no mês de agosto.
Boletim de eventos sísmicos registrados pelo LabSis (Laboratório Sismológico) referente à região Nordeste, no mês de agosto de 2023, com magnitude maior ou igual a 1.5 mostra a ocorrência do fenômeno em Craíbas (dia 31); Belo Monte (dia 21 e 28); Arapiraca (dias 4; 25 e 28); Atalaia (dia 27); Viçosa (dia 22) e Limoeiro de Anadia (dia 4).
Não houve abalos nos meses de setembro e até dia 16 de outubro em Alagoas com magnitude maior ou igual a 1.5, segundo o LabSis da UFRN. “Os órgãos técnicos farão os estudos geológicos e nós vamos seguir fiscalizando esses estudos, de modo que o meio ambiente não seja prejudicado e que os moradores não sejam submetidos a qualquer tipo de risco”, explicou o promotor de Justiça Cláudio Teles.
Caberá a Defesa Civil levantar as áreas de risco onde ocorreram os abalos e os geólogos das universidades cuidarão da parte técnica, inclusive, estudando a exploração da mineradora que atua em Craíbas na extração de ferro e cobre, que chegou a ser apontada como possível causadora dos tremores.
Naquele mês, em agosto, quando aumentou o número de ocorrências, a Mineradora Vale Verde informou que não havia relação dos tremores relatados no dia 25 de agosto, por exemplo, com as atividades em Craíbas, município vizinho a Arapiraca.
A professora Rochana de Andrade, geóloga da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) disse, durante a reunião, que não há motivo para pânico e que é normal acontecer a movimentação das rochas e o seu fissuramento. “Então, o que temos que avaliar é se o que ocorreu está dentro do processo natural ou se o fato foi algo provocado por fator externo”, disse a professora.