
BANDIDOS DE ALAGOAS MIGRAM PARA COMETER CRIMES EM OUTROS ESTADOS
Criminosos são ‘especializados’ em assaltos e explosões a bancos e outras instituições financeiras
Por G1 | Edição do dia 24/10/2023 - Matéria atualizada em 24/10/2023 às 04h00
Violência, armas de grosso calibre, explosivos e um rastro de destruição a cada ação criminosa. Essa modalidade de ataque a agências bancárias, carros-fortes e outras instituições financeiras, denominada “Novo Cangaço”, tem participação de bandidos de Alagoas que migram para cometer crimes em outros estados.
Na última sexta-feira (20), um assalto com explosão de caixa eletrônico em uma agência bancária no interior de Minas Gerais terminou com a prisão de três homens, sendo dois alagoanos de Maceió e de Delmiro Gouveia, suspeitos de chefiar uma ramificação do grupo criminoso no estado.
“Existem alagoanos especializados nesse tipo de crime. Muitos deles já vieram a óbito em confronto com policiais logo após assaltos a bancos ou carros-fortes, mas os alagoanos remanescentes nesse nicho têm atuado em outros estados federativos, como ocorreu na última sexta-feira em Itinga (MG)”, explicou o delegado Filipe Caldas, da Seção de Roubo a Banco (SERB) da Polícia Civil de Alagoas.
O grupo recebeu o nome de “Novo Cangaço” em alusão a Lampião e seu bando de cangaceiros, responsáveis por incontáveis assaltos e assassinatos em cidades do Sertão nordestino na década de 30, espalhando terror por onde passavam.
Segundo o delegado Filipe Caldas, Alagoas não registra esse tipo de crime desde 2019, mas bandidos do estado continuam se especializando em explosões e assaltos a bancos para atuar em outras regiões do país.
“[Os criminosos] investem em veículos roubados, às vezes blindados, armamento pesado, planejamento estratégico, com reconhecimento do município alvo, aluguel de chácaras em zonas rurais vizinhas, estudo das rotas de fuga, etc”, explicou.
A Polícia Civil reconhece a atuação do “Novo Cangaço” porque os criminosos costumam atuar de modo semelhante por onde passam, sempre com muita violência e sem a menor preocupação em chamar atenção.
“Furam pneus de viaturas da PM, incendeiam ônibus ou caminhões para bloquear a saída dos militares, sitiam a cidade, muitas vezes sequestrando civis como reféns, enquanto explosivistas atuam nos cofres das agências”, descreveu Caldas.
Além de bancos, transportadoras de valores também são alvo dos criminosos. Para chegar ao objetivo eles roubam veículos, adulteram sinais identificadores, falsificam documentos, compram armas longas e munições de grosso calibre no mercado clandestino, entre outros ilícitos.