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Nº 5900
Cidades Microequipamentos foram apreendidos com dois suspeitos às vésperas da prova do Enem

PF INVESTIGA POSSÍVEL ESQUEMA DE FRAUDE NO ENEM EM ALAGOAS

Microequipamentos foram apreendidos com dois suspeitos que vieram para Maceió, às vésperas da prova

Por Jamylle Bezerra | Edição do dia 07/11/2023 - Matéria atualizada em 07/11/2023 às 04h00

A Polícia Federal (PF) investiga se os dois homens que tiveram equipamentos eletrônicos apreendidos em Maceió estão ligados a algum esquema de tentativa de fraudar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

Ao serem interrogados, eles alegaram que tinham vindo à capital alagoana para aproveitar as praias, mas, nos dois dias em que ficaram no estado, não foram a nenhum balneário. A PF alertou as equipes de fiscalização do Enem para que fiquem alertas à movimentação nas salas e, também, ao uso de microequipamentos que são colocados no ouvido. Isso porque o segundo dia de prova do Exame Nacional acontece no domingo (12).

De acordo com o delegado federal Antônio Miguel, as investigações em Alagoas começaram após a Polícia Rodoviária Federal (PRF) flagrar, durante abordagem em Vitória da Conquista-BA, um homem que seguia viagem para Maceió e que estava em posse de seis microcâmeras, que foram apreendidas. O fato foi repassado para a PF, que passou a acompanhar o suspeito e a investigar o caso.

A PF descobriu onde o homem e um colega dele ficariam hospedados e solicitou à Justiça um mandado de busca e apreensão, que foi concedido. Com isso, os policiais fizeram revistas no local onde eles estavam e conseguiram apreender um pequeno celular - do tamanho de um cartão de crédito - e um fone auricular minúsculo, que é colocado dentro do ouvido e, de tão pequeno, pode passar despercebido facilmente. Também foram apreendidos celulares dos suspeitos e outros itens.

Por não haver, por enquanto, nenhuma relação das apreensões com o Enem, os dois suspeitos foram liberados e, agora, estão sendo investigados. A Polícia Federal busca se há alguma ligação entre eles e algum candidato que prestou o exame na capital alagoana.

"Estamos apurando as relações. Apreendemos os celulares dos envolvidos e vamos verificar se eles iam entregar para alguém esses equipamentos. Também passamos para as equipes do Enem para que os fiscais tomem precauções especiais no sentido de observar a movimentação", afirma o delegado.

Ele destaca que, caso o material fosse utilizado pelos candidatos que prestaram o Enem, eles conseguiriam passar imagens da prova para quem estava fora, de forma que essa pessoa pudesse enviar as respostas corretas para os candidatos.

"É uma forma de quebrar o sigilo da prova antes do tempo determinado. Os suspeitos não falaram nem origem e nem destino do material. Disseram apenas que não sabiam como os equipamentos tinham ido parar nas coisas deles. Falaram que vieram a Maceió para ir à praia, mas ficaram dois dias e não foram a lugar nenhum. Se encontrarmos material semelhante ao que eles tinham de posse de candidatos em Alagoas, é um indício de que foi fornecido por eles. Por enquanto, como estavam apenas de posse e não tem uma ligação com uma possível fraude do Enem, eles estão só sendo investigados", pontua Antônio Miguel.

MINISTRO

Nesta segunda-feira (6), o ministro da Educação, Camilo Santana, descartou o cancelamento do Enem de 2023 após um suposto vazamento de imagens da prova no domingo (5), 1º dia de aplicação das provas. Quando questionado sobre a possibilidade de cancelamento, o ministro respondeu: “De forma alguma”.

Camilo falou com jornalistas no Palácio do Planalto depois de se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo ele, a PF (Polícia Federal) investiga o caso. A imagem de uma prova de redação do Enem 2023 circulou nas redes sociais e em grupos do WhatsApp.

O tema da prova foi “Desafios para o enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil”.

Leia mais na página A7

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