Cidades
CBTU n�o socorreu e nem deu apoio � v�tima ap�s acidente em Fern�o Velho

Para a irmã de Ramon Américo Coutinho, Renilda, o que mais ressentiu a família na batalha judicial que vem sendo travada desde o acidente foi a postura adotada pela Rede Ferroviária Federal S/A, à qual está vinculada a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), que opera a linha em que passou a composição que o atropelou. Segundo testemunhas, o trem não teria dado o alerta (apito) avisando da aproximação. Ramon foi abalroado e jogado num matagal à beira da linha. Eles nem se dignaram a nos chamar para negociar, nem para dizer que chamaram para conversar, diz a professora que abrigou o irmão, depois que ele passou a não mais poder viver sozinho. Eu me lembro como hoje, era 16 de setembro, dia da Emancipação Política. A empresa não arcou com nada, nem com medicação. Só contamos com a ajuda dos vizinhos e de amigos. E como vivíamos em dificuldades ainda maiores, nem pudemos comprar uma prótese, afirma. Ramon foi achado por uma mulher que passava no local. Levado para o pronto-socorro, só por intermédio de lideranças comunitárias a família pôde transferi-lo para outro hospital, onde se submeteu a várias cirurgias para minorar os efeitos da amputação e tratar as escoriações graves que sofreu na cabeça. Segundo a família, o atropelamento de Ramon não foi o único caso registrado na comunidade; mais precisamente numa curva entre a Vila Goiabeira e Fernão Velho (sentido Maceió-Rio Largo). Alguns maquinistas ainda apitam quando se aproximam. Mas outros não querem nem saber: quando a gente vê, já está em cima, acrescenta o sobrinho, dizendo ter sido, ele mesmo, uma quase vítima de acidente semelhante ao que vitimou Ramon. Os moradores cobram, ainda, um isolamento semelhante ao que foi construído nas estações ao longo da via. Lá não tem movimento quase nenhum. Agora, onde precisa, não há nada, cobra a irmã de Ramon.