Projeto coordenado pelo professor Fernando Coelho, do curso de geografia da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) – campus Sertão –, produz adubo orgânico a partir de coleta seletiva doméstica. Em sua quinta edição e contando com um grupo de vinte estudantes, a ação produziu recentemente 75 kg de adubo orgânico a partir da coleta seletiva em suas próprias residências numa média de 3,95 kg por aluno, considerada a maior já conquistada ao longo do projeto.
“Esse projeto tem como objetivo desenvolver uma cultura de gestão de resíduos sólidos a partir de ações no âmbito familiar, propiciando a recuperação do Bioma Caatinga com técnicas de reflorestamento e manejo agroecológico, possibilitando alternativa de renda com a venda dos adubos. As ações de coleta seletiva doméstica dos resíduos domiciliares propiciam ainda a diminuição do passivo ambiental em Lixões e Aterros Sanitários”, contou o professor.
A ação, que existe desde 2021, já atingiu a marca de 112 mudas plantadas de espécies arbóreas e 355 kg de adubos orgânicos já foram produzidos para fertilizar o solo do Bioma Caatinga. “As quatro turmas já produziram 276 kg de adubos orgânicos com uma produção média de três quilos por aluno, sendo utilizados para o plantio um total de 92 mudas, cedidas pelo Arboretum do setor de Botânica do Campus A.C. Simões, em Maceió”, disse Fernando.
“Para esse adubo, a gente utilizou a casca de ovo e a casca da banana já secas (por alguns dias de sol) e depois cortadas para poder ser triturada no liquidificador. Depois de trituradas, adicionamos a borra do café e misturada bem antes de adicionar a composteira com a terra”, explicam Anaíne Silva e Erivânia Severo, que integram o projeto.
Elas complementam falando que a produção desse adubo pode ser tanto para plantações domésticas como de larga escala, destacando, também, a importância da compostagem. “A compostagem é muito importante, pois dela se tem a reciclagem do lixo orgânico e transformado em adubo natural sem o uso de produtos químicos”, contaram as estudantes.
Ainda segundo elas, este adubo pode ser utilizado tanto em uso doméstico como em larga escala. “O adubo orgânico é muito bom para ser feito em casa no uso doméstico de plantas decorativas e hortas. E ele vai fazer a mesma função do adubo químico, apenas vai sair um pouco elevado o valor de custo para o produtor”, explicaram Anaíne e Erivânia.
De acordo com o professor, a produção e venda de adubos orgânicos pode dimensionar a renda média do pequeno e médio agricultor. Além disso, os resultados para o desenvolvimento do plantio com mudas nativas do Bioma Caatinga poderão ser mais eficientes com tutoria no manejo inicial das espécies.
“Uma cultura de produção de adubos orgânicos domésticos pode incentivar a implantação de uma política pública para famílias de baixa renda, incentivando a preservação dos recursos naturais do solo, gerando conceitos de equilíbrio ambiental e restauração de áreas degradadas como a recuperação dos Biomas”, contou Fernando Coelho.